ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
LEGISLATURA, EM 13.10.1989.
Aos treze dias do mês de outubro
do ano mil novecentos e
oitenta e nove de reuniu-se, na sala
de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua
Centésima Décima Sessão Ordinária da Primeira Sessão
Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos
foi realizada a segunda chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum,
Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Ervino Besson, Flávio
Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Heriberto Back, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib,
João Motta, José Alvarenga, José
Valdir, Lauro
Hagemann, Leão de Medeiros,
Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir
Fraga, Vieira
da Cunha,
Wilson Santos, Wilton Araújo e Elói Guimarães. Constatada a
existência de “quorum”, o Sr.
Presidente declarou abertos os trabalhos
e solicitou ao Ver. Dilamar Machado que procedesse à leitura
de trecho da
Bíblia. A
seguir, o
Sr. Secretário procedeu à leitura
da Ata da Centésima
Nona Sessão Ordinária, que
foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Airto Ferronato, 05 Pedidos de Providências; pelo Ver. Cyro Martini, 05 Pedidos de
Providências; pelo Ver.
Ervino Besson, 04 Pedidos de Providências; pelo Ver. Luiz Machado, 01 Pedido de
Providências; pelo Ver. Valdir Fraga, 01 Projeto de
Lei do Legislativo nº 156/89 (proc. nº 2726/89). Do EXPEDIENTE constaram: ofícios
nºs 801; 803/89, do Sr. Prefeito
Municipal; Circular nº 10/89, da Câmara Municipal de São Francisco
de Assis;
Cartas do Secretário
de Estado da
Saúde e Meio
Ambiente e do Presidente da Comissão dos Direitos
Humanos, Segurança
Social e Defesa
do Consumidor; do SECOVI/RS;
dos familiares de Paulo R. Krebes Appel; Telegrama do
Diretor Superintendente da RBS; do
Secretário de Estado da Indústria
e Comércio,
do Secretário de Recursos Humanos. Às nove horas e cinqüenta e seis minutos, o Sr. Presidente
suspendeu os trabalhos, nos
termos do art.
84, III do Regimento Interno, abrindo-os
novamente, constatada a existência
de "quórum", às
dez horas e três minutos. A seguir, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral
e Votação Secreta
foi aprovado Projeto de Lei
do Legislativo nº 90/89, rejeitando-se
o Veto Total
a ele aposto, por vinte e seis votos SIM
contra cinco votos NÃO, tendo sido escrutinadores
os Vereadores João Dib e Cyro
Martini. Este
Projeto foi discutido pelos Vereadores Dilamar Machado, Artur Zanella, João
Dib, Elói Guimarães, Flávio Koutzii, Isaac Ainhorn, Cyro Martini, Nelson
Castan, Adroaldo Correa, Clóvis Brum e José Alvarenga e encaminhando
à votação pelos Vereadores João Dib, Clóvis Brum
e Dilamar Machado. A seguir, foram aprovados
seguintes Requerimentos, solicitando a retirada da Ordem do Dia nos termos dos
artigos 146 do Regimento Interno e 44 da Lei Orgânica Municipal: do Ver. Luiz
Braz, com relação ao Projeto de Resolução nº 21/89; do Vereador Luiz
Machado, com relação ao Projeto de Resolução nº 22/89 e do Ver. Wilson Santos, com
relação ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 102/89. Em Discussão Geral e Votação, Urgência, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 130/89, por
dezessete votos SIM contra
dez votos NÃO, com Declaração Voto de Bancada do PT, após ter
sido encaminhado à votação pelos
Vereadores Luiz Braz, Elói Guimarães, Airto Ferronato, João Dib, Flávio Koutzii, Artur Zanella e Lauro Hagemann, tendo sido
submetido à votação nominal a Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Luiz
Braz. A seguir, foi rejeitado
Requerimento verbal do Ver. Cyro Martini, solicitando alteração na ordem
de votação da matéria constante
da Ordem do Dia, passando-se
ao Processo nº 1731/89. Em
Discussão Geral e Votação foi aprovado
o Projeto de Lei do Executivo nº 42/89, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Clóvis Brum, e
João Dib.
Após, foi
aprovado Requerimento do Ver. Cyro Martini, solicitando alteração na ordem de
votação dos projetos. Às treze horas e vinte
e seis minutos foi apregoada Emenda do Ver. Flávio Koutzii ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 83/89, suspendendo-se os trabalhos nos termos do art. 84, III do
Regimento Interno. Às treze horas e vinte e oito minutos, constatada
a existência de "quórum", foram
reabertos os trabalhos. Em
Discussão Geral e Votação foi aprovado
o Projeto de Lei do Legislativo
nº 83/89, com Emenda, tendo sido
encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, João Dib, Clóvis
Brum, Elói
Guimarães e Flávio Koutzii. Ainda, em destaque solicitado pelo Ver.
Flávio Koutzii, foi rejeitado
o item 3º, § 2º do art. 3º deste Projeto,
por quinze votos SIM contra sete votos NÃO, tendo sido
encaminhado à votação pelos Vereadores Clóvis Brum, João
Dib e Luiz
Braz, e
tendo sido submetido à votação nominal a Requerimento Verbal, aprovado,
do Ver. Clóvis Brum. Durante
a Ordem do Dia, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de distribuição
em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data:
do Ver. Décio Schauren, com relação ao
Projeto de Lei do Executivo
nº 42/39; do Ver. Elói
Guimarães, com relação ao
Projeto de Lei do Legislativo
nº 83/89; do Ver. Luiz
Braz, com
relação ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 130/89. Em Discussão Geral e Votação esteve
Projeto de Lei do Executivo
nº 34/89, o qual deixou de
ser votado em face da
inexistência de "quorum".Os trabalhos
foram prorrogados nos termos do
"caput" do art.
85, por
proposta do Sr. Presidente, aprovada pela
maioria dos presentes. Às quatorze horas e
vinte minutos, por solicitação
do Ver. Clóvis Brum, foi
efetuada nova verificação de "quorum".
Constatada a inexistência de
"quorum", o Sr. Presidente levantou os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária
da Câmara Constituinte
a ser realizada
na próxima segunda-feira, às nove horas e trinta minutos, e informou de
reunião de Lideranças a ser
realizada às nove horas da próxima segunda-feira, na Sala
da Presidência. Os trabalhos
foram Presididos pelos Vereadores Valdir Fraga e
Lauro Hagemann, e secretariados pelos Vereadores Lauro
Hagemann, Wilton Araújo e João
Motta, este
último como Secretário “ad
hoc”. Do que
eu, Lauro
Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após
lida e aprovada, será assinada
pelo Sr. Presidente
por mim.
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Antes de passarmos à Ordem do Dia, uma Questão de Ordem formulada pelo
Ver. Wilson Santos.
O SR. WILSON SANTOS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de deixa registrado
a utilização do tempo correspondente ao art. 81, inciso II do Regimento.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, V. Exª leu o artigo
81, mas
tem que dar
os motivos.
O SR. WILSON SANTOS: Embora já tenha presenciado precedentes que nunca foram mencionados, as medidas
que me fizeram
interromper a minha licença,
sobre ela gostaria
de dar as
devidas explicações: o Plenário votou
uma licença de seis dias
em que utilizei
apenas 24h,
o que me
fez tomar medidas
imperiosas a respeito.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de
Ordem):
Sr. Presidente, só para
dar uma informação. A lembrança
minha e da Casa, evidentemente,
é que a
licença foi por motivo de
saúde. Foi por motivo de
saúde?
O SR. PRESIDENTE: Sim, foi por motivo de saúde.
Ver. Elói Guimarães, nós suspendemos
os trabalhos e V. Exª passa a presidir
a Comissão de Justiça e
Redação para votarmos com a Comissão Conjunta o Projeto do
Ver. Luiz Braz.
Estão suspensos os trabalhos da presente
Sessão.
(Suspendem-se os trabalhos às 9h57min.)
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga – às 10h30min): Estão abertos os trabalhos. Há quórum, passamos
à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO SECRETA
PROC. Nº
1779/89 – VETO TOTAL ao PLL
Nº 090/89, de autoria do Ver. Dilamar Machado, que altera a Lei
nº 4629,
de 23 de novembro de 1979, que dispõe sobre
a concessão de reajustes tarifários
para os serviços de táxis e
táxis-lotação.
-
da CUTHAB.
Relator Ver. João Dib: pela
manutenção do Veto Total;
-
da .CEDECON. Relator Ver. Edi Morelli: pela
rejeição do Veto Total.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Para discutir, com a
palavra o Ver. Dilamar Machado.
O SR. DILAMAR MACHADO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto que ora retorna à Casa, com o
Veto Total do Prefeito Olívio Dutra, é
bom que se
recorde, teve
a aprovação unânime desta Casa. Inclusive
com a sustentação
desta tribuna do nobre Líder
do Partido dos Trabalhadores, Ver. Flávio Koutzii. O que
prevê o Projeto? Que o taxista de Porto Alegre, vítima permanente
dos absurdos e constantes aumentos
dos combustíveis, e que
depois que esse Projeto foi
aprovado já deve ter sofrido
pelo menos umas três ou
quatro ponderáveis alterações de custos, vem
pagando do seu bolso o
aumento da gasolina, do
álcool, permanentemente, aguardando muitos dias, às
vezes semanas, até que
a Secretaria Municipal dos Transportes se digne a revisar a tarifa do
táxi. Sabidamente
o transporte de táxi não
é um transporte
de massa,
não é um
transporte popular. O táxi
é um transporte
seletista, que é utilizado por
pessoal que tem melhor poder
aquisitivo, e é também claro
na vida de
Porto Alegre, isso testemunhei
ao longo dos
anos em que
trabalhei no rádio, na
Capital gaúcha, que quando um
operário com filho doente,
uma mulher grávida, ou
uma pessoa acidentada não tem dinheiro e
precisa de um táxi,
o táxi está
ali, a seu
lado, e
conduz essa pessoa ao hospital, sem cobrar. Eu mesmo, há muitos
anos, tive
um acidente com a minha
esposa, numa
madrugada, e quando eu estava
tirando a minha
mulher das ferragens do carro
acidentado, desmaiada, um
táxi parou,
levei minha esposa ao Pronto-Socorro e nunca mais
vi esse motorista, porque ele simplesmente
me largou, foi embora e
não pensou em cobrar a
corrida, apenas
prestou um serviço de utilidade
pública. Isso
ocorre nas vilas, eu
sei. O Ver. Luiz Machado, que mora na Restinga, sabe que
não é incomum
um motorista de táxi transportar uma pessoa doente
ou ferida lá
na Zona Sul, por 30km, mesmo que
ela não tenha
dinheiro para pagar a corrida. Então não
é um serviço popular, é
um serviço seletista.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobres
Vereadores, diga-se, a
bem da verdade, que nós
cansamos de assistir a acidentes
nas rodovias de Porto Alegre
e passam centenas
e centenas de carros particulares
que se negam
a socorrer as pessoas feridas
e o primeiro táxi que aparece,
o motorista prontamente pára a fim de
socorrer as pessoas acidentadas. (Palmas.)
O SR. DILAMAR MACHADO: E muitas vezes também o
táxi, se requisitado pelo policial que está à captura
de um delinqüente. Mas, esse
não é bem
o problema que me traz
à tribuna para pedir a derrubada
do Veto do
Prefeito Olívio Dutra, é que, entre outras
considerações, o Prefeito diz
o seguinte: “O projeto vetado
é contrário ao interesse público”. Vejam só
V. Exªs!
O Sr. Edi Morelli:
V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.)
Vereador, se for feita uma
pesquisa no Hospital de Pronto-Socorro, poderemos ter
uma idéia de
quantos táxis socorrem, diariamente, feridos no
trânsito, gratuitamente.
O SR. DILAMAR MACHADO:
É verdade e V. Exª tem autoridade para dizer isso
porque, independente
da condição de Vereador, é
repórter policial da Rádio Farroupilha
e permanentemente acompanha esse trabalho nas ruas da
Cidade.
Pois o Prefeito Olívio Dutra, nas
razões do Veto, alega que
não é o
combustível que pesa na tarifa. Se o motorista for beneficiado pelos 14%, isso significa a utilização da
bandeira dois e até que a
tarifa seja reajustada ele estará rodando com pneus que
não foram reajustados. Mas o
Prefeito Olívio Dutra não está vivendo
no Brasil,
ele está vivendo
em outro país. Sobe tudo neste País, diariamente!
Não há nada
mais caro hoje
para quem tem
automóvel, especialmente para quem trabalha com automóvel, do que as
autopeças. Tudo caro!
A minha questão, Srs. Vereadores, é saber por que o
taxista tem que pagar o
“pato”. O Projeto
não é nem
de longe ideal
para resolver o problema.
É como
eu tenho dito, uma espécie de
gatilho, aumentou
combustível hoje à noite,
é sempre na
calada da noite, é sempre
no Jornal da
Globo, às
20h é que
se avisa: “Olha, CNP
se reuniu e
a partir da
meia-noite o álcool e a
gasolina custam 35% mais caro". E
lá vai aquela
fila de burguesia
em todos os
postos da Cidade
e não se
vê táxi nestas
filas, porque os táxis estão
trabalhando e o taxista fica pagando mais caro
pelo combustível com a tarifa
defasada. Eu tenho absoluta consciência que este Projeto
tem mérito e este Projeto não nasceu
da minha cabeça, não. Num determinado dia um taxista
fez uma corrida
para mim e ele me pediu
que examinasse essa questão. Eu achei
que ele tinha
razão e eu conversei com alguns companheiros do Sindicato da
categoria, aqui presentes. O Projeto pode até ser
aperfeiçoado amanhã ou depois, mas
ele deve ser
mantido, e eu lembro que o atual Vereador desta Casa,
licenciado para Tratamento de Saúde, o então Secretário dos Transportes, Sr. Antonio
Hohlfeldt, ao ver aprovado este Projeto, o qualificou de oportunista e eleitoreiro.
Talvez tenha sido uma das
razões para que deixasse o
cargo de Secretário
Municipal dos Transportes, porque não é
assim que se
trata a Câmara Municipal. O
meu apelo aos
Vereadores desta Casa para que
rejeitem o Veto e que o
Prefeito Olívio Dutra cumpra a Lei para que o taxista de
Porto Alegre tenha direito de utilizar a
bandeira 2,
após o aumento da gasolina, até
que seja fixada
nova tarifa e com isso
não pague do
seu bolso,
ou que o Prefeito não cumpra
a lei e
vá buscar no
Poder Judiciário, ou, simplesmente, desconhece a
força legislativa desta Casa.
Tenho absoluta certeza
de que a
Câmara de Porto
Alegre talvez por unanimidade ou pelo menos
pela maioria de seus Vereadores
vai entender que o Projeto
é meritório e vai dizer
ao Veto do
Prefeito Olívio Dutra. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quanto ao Projeto,
somente uma palavra, vou
votar pela de rejeição do
Veto.
Mas vou aproveitar para tratar de
outra questão deste Projeto,
porque li que o Sr. Prefeito Municipal,
Olívio Dutra; o Sr. Vice-Prefeito, Tarso Genro; e Sr.
Procurador do Município, Dr. Eno Dias de
Castro, vão entrar na Justiça
contra a Câmara
de Vereadores, alegando que
o Veto tem
que ter dois
terços dos votos para ser
derrubado, e quem botou
em votação,
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores que
nos assistem, quem botou em
votação com 17 votos fui
eu, na
Presidência anterior, no dia
21 de outubro de 1988, antes da eleição. Tenho aqui
e gostaria que os Srs. Vereadores do PT, o Líder do
PT, escutassem quem é
que praticamente exigiu que os vetos fossem colocados em votação com
maioria absoluta. Primeiro, a Verª Jussara Cony,
do PC do
B, que apóia a Administração Popular, dizia
o seguinte:
“Este Legislativo tem que retomar
as prerrogativas que foram tiradas
pelo regime de exceção e
que Sr. Prefeito
muito bem aplica". Era
o Prefeito Collares à época,
não tinha eleição, ainda. "Este Legislativo
tem que reclamar
que o poder
de legislar sobre os interesses
maiores da comunidade. E este Legislativo tem o dever de aplicar
a Constituição, portanto, Sr. Presidente, a
nossa Bancada, a Bancada do
PC do B, vota contra
este Veto e deseja que esta Câmara
Municipal tome a iniciativa,
que possamos todos honrar o mandato outorgado pelo povo,
fazendo cumprir aqui, agora,
a Constituição Federal, derrubando
esse veto da
maneira que a Constituição preconiza, com
maioria absoluta, e não
mais com dois
terços, herança
do regime militar". É da
Dona Jussara Cony. O Ver. Caio
Lustosa, para
quem não sabe, é o Sr. Secretário do Meio Ambiente, hoje,
à época era
do PMDB e
depois passou para o PSDB, está agora
no PT,
o que diz o
Sr. Caio Lustosa, Procurador do Estado aposentado, o que
diz ele:
"Nós entendemos
que a nova
Constituição, na medida em
que estabelece esse quórum mais favorável aos Legislativos, não com
os dois terços, mas com
maioria absoluta, isso foi resultado
de um entendimento
em nível nacional, e vai
reforçar as prerrogativas do Legislativo. Então, questão eminentemente
democrática, de desconcentração do poder,
de fazer inclusive
com que os Legislativos tenham mais força diante
dos votos,
como é o
caso. É uma questão eminentemente política, daí
por que eu achar que só
a Comissão de Justiça,
apesar de ser
eu o Presidente da Comissão de
Justiça, não
é...”
Por isso eu apelaria ao Presidente para colocar em
discussão o Veto, inclusive
na incidência imediata da Constituição.
Acho que por
aí encontramos o caminho,
e a Casa vai-se manifestar politicamente, se acha que
é preciso esperar
uma nova Lei
Orgânica para se ajustar aos parâmetros
da Carta Federal
ou não.
E o Vereador Caio Lustosa continua dizendo que esta
Casa tinha que usar não
os dois terços.
Gostaria que o Ver. Flávio Koutzii ouvisse o que dizia
na época o Ver. Antonio Hohlfeldt nesta Casa, Secretário
dos Transportes, dizia ele: "Que
historicamente a Câmara de Vereadores
de Porto Alegre
tem tido posições
geralmente de vanguarda, de
defesa clara do processo democrático. Eu acho, não estou
querendo contestar, etc e
tal, que
nos cabe,
enquanto Poder Legislativo, defender
o máximo possível
a aplicação imediata da Constituição Brasileira. Entendo
que a esse Legislativo cabe, neste
momento, aplicar
a Constituição e votar o Projeto, pura e simplesmente
com a prerrogativa
aberta pela nova Constituição, ou seja, com novo
prazo e com
a nova possibilidade
do número mínimo
de derrubada. Apelo nesse
sentido, que
nos cabe enquanto
cidadão e muito
mais enquanto Legislativo definir a aplicação imediata
da lei.
E a lei
é a nova Constituição
que vige a
partir do dia
5 de outubro." O Ver. Antonio Hohlfeldt inclusive desconfiava da Comissão de
Justiça e dizia: "Por
ser política, não podemos
desconhecer a constituição numérica da Comissão de
Justiça, pois
vai relativizar qualquer parecer que venha a
ser dado e
que esta é
a experiência da Casa." Quem era
da Comissão de Justiça na
época? Presidente, o Ver. Caio Lustosa, hoje
Secretário do Meio Ambiente, do PT. E quem era o Procurador da Comissão de
Justiça? Dr. Eno Dias de Castro, hoje Procurador-Geral do Município. O Dr. Eno deu
orientação: é a nova
Constituição e são 17 votos para
derrubar, e não 22.
Então, estou
tranqüilo, porque na época
o Plenário confrontou isso e foi unânime
de que o
Veto precisa de 17 votos para
ser derrubado. Hoje parece que
mudaram de opinião, principalmente
o Dr. Eno Dias de Castro e o Ver. Antonio Hohlfeldt, que
vetou esse Projeto. Mas
para todos que se preocupam
com o cumprimento
da Lei Orgânica, como o Ver.
João Dib,
digo que foi
alterada pela Constituição, eu diria que
se alterarem
estarão em boa companhia,
com parecer do Partido Comunista
do Brasil,
naquela época, o PSDB, Dr. Caio Lustosa, Dr. Hohlfeldt. Então, eu tomo
o Projeto tranqüilamente. Eu fui
Secretário dos Transportes e sei o que
é a angústia
de um proprietário
de carro ao
ver subir o
combustível e não poder transferir. E eu me valho aqui do testemunho dos
mais antigos. Quando eu
fui Secretário dos Transportes, cada
vez que aumentava
o combustível eu autorizava a bandeira
dois. Tranqüilamente, nunca houve
esse tipo de
problema, ao
menos na minha
época, o
Prefeito era o Dr. João Antonio Dib. O
empresário do ônibus tem ainda
uma margem,
ele pode demorar
um pouco mais
para gastar certos insumos. Ele compra
gasolina em grande quantidade, ele tem condições
de empurrar o prazo um
pouco para lá, um pouco
para cá,
o motorista de táxi não. Ou ele
compra na cooperativa
deles ou compra
no posto,
e não querem
saber se subiu
ou não subiu, se a
tarifa está defasada ou não, se a bandeira é dois ou não.
Por isso é
uma categoria especial, um
transporte especial, não tem
nada a ver
com outros tipos de transporte, que, como
eu disse, tem
condições. O transporte escolar manda uma carteirinha
para os pais
da criança dizendo que subiu
o combustível, logo, o transporte
também. O
motorista de táxi é um
solitário, é um homem
que luta sozinho, ele é
homem que precisa
daquele dinheirinho
da tarifa para
pagar a gasolina, para pagar
o álcool.
É por isso, tranqüilamente, tenho certeza
de que esta
Casa, por unanimidade,
e por grande maioria vai derrubar
esse Veto e
fazer justiça os motoristas de táxis.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fazer justiça
aos motoristas de táxi foram
as últimas palavras do eminente
Ver. Artur Zanella. Eu quero
também fazer justiça à inteligência dos motoristas de táxi.
Esta semana parece ser a
minha semana de ter platéia
contrariando aquilo que eu vou
dizer. Mas
eu disse,
também, que
eu tenho sido, ao longo de uma vida
pública, um homem no seu
posto. E, um homem
no seu posto, muitas vezes, tem que
dizer não.
Um homem no
seu posto muitas
vezes tem que
informar, tem
que estudar, tem que
assumir a responsabilidade
dos seus atos. É claro, é
evidente que eu sou favorável
à utilização, muitas vezes, da bandeira
dois. E é tão
claro, tão
evidente, que
muitas vezes, como Secretário
dos Transportes, pedi a utilização
da mesma,
e, como Prefeito, muitas vezes
também determinei a utilização da
bandeira dois. Mas, quarta-feira, que foi um
dia de grande
tristeza para mim, porque
levantei para defender a Lei
Orgânica, e
o Ver. Zanella parece acusar-me por defendê-la, e
disse que o
grande pensador Cícero falou,
com todas as
letras que só seremos livres à medida que formos escravos da
lei. E
parece que algumas pessoas nesta Casa
não pretendem cumpri a Lei Orgânica, como juraram no dia 1º de janeiro. Eu votei
favorável ao projeto de Eminente
Ver. Dilamar Machado, projeto que
eu, volto
a dizer,
utilizei muitas vezes. Mas, no momento
em que o
Executivo Municipal veta e coloca
razões para o Veto,
a minha condição
de homem no
seu posto,
com responsabilidade, me faz
dizer que o
Veto deve
ser aceito, até para que depois nós
possamos impor aquelas coisas que são absolutamente
corretas, como
é o caso
das transferências de veículos,
que eu não
entendo por que a Secretaria
dos Transportes não tem dado. Mas vamos, com o Projeto
do Ver. Braz, colocar todos
os pontos nos
“is”, e
não vai haver
mais dúvida alguma. No
meu entendimento, não há
dúvidas. Sempre
foi permitida, mas está
sendo dificultado e até talvez
tenham razões. Mas para
que se tenha
essa posição, para que
se tenha esta
dignidade de impor, é
preciso que ele sempre tenha
cumprido a lei. Então, ele está gritando
agora. O
projeto do Ver. Dilamar Machado
é justo, apenas
não foi bem
redigido. Aqui
diz: “Quando
houver aumentos de combustíveis em índices iguais ou superiores a 14%, a bandeira
2 é aplicada." Eu
tenho convicção, pela inteligência daqueles que tem
que sofrer,
que não é
bem o que eles
querem. O
Executivo demonstrou aqui com as
planilhas de cálculo, nós
estaríamos perdendo a nossa força, a nossa condição
de reagir,
se aumentar 14%, pois como combustível
representa só 25% no custo da tarifa
do táxi,
se aumentar 14%, é cerca de 3,5
a 4%
o aumento,
e estamos querendo, nesta altura, a bandeira
dois. É
claro que não é aumento de
14% que
está acontecendo, lastimavelmente, é 35, 40%, e
aí vem dar
o valor necessário para bandeira dois. Mas
aí o Secretário dos Transportes deve, se
for sensível, pedir,
ele mesmo,
bandeira dois, e tem
que ser feito
um decreto para que ela
seja aplicada.
O Sr. Artur Zanella: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Veja
como às vezes
é difícil a
gente colocar algumas questões, não acusei V. Exª de nada,
estava fazendo uma justificativa para o seu
voto que havia
sido pedida por todos aqueles
que representavam o atual Executivo. Em segundo
lugar, como
é que vamos
ter confiança na sensibilidade do futuro Secretário
dos Transportes, se não sabemos
nem quem é,
eis que o Ver. Hohlfeldt saiu, não voltou
para cá, está com problema de
doença, e
o substituto não foi nomeado. Então é
difícil dar um crédito de
confiança para uma pessoa que
não conhecemos. Até gostaria
que o Secretário dos Transportes fosse um Vereador desta Casa,
porque aí,
sim, teria
certeza da sensibilidade do Vereador, e manteria,
na nossa companhia, o Ver. Heriberto Back, que é uma exigência da população a
sua permanência na Casa.
O SR. JOÃO DIB:
Nobres Vereadores, ao homem
público cabe ter sensibilidade e capacidade de resposta; veja
a sensibilidade de V. Exª, V. Exª gostaria de que
um Vereador desta Casa fosse Secretário Municipal dos Transportes, mas
desde logo eliminou a possibilidade
de que esse
Secretário fosse o Ver. Heriberto
Back. É problema de sensibilidade mesmo, é difícil
ter sensibilidade, é difícil ter vivido as ruas
desta Cidade e enfrentado os movimentos que esta Cidade
precisa.
O Sr. Artur Zanella:
Incluo o Vereador Back como candidato.
O SR. JOÃO DIB: E é
por isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus
queridos motoristas de táxi,
que é difícil
ser homem público
com responsabilidade. Estou dizendo
que encaminhei favoravelmente, como relator,
na minha Comissão, a aceitação
do Veto do
Prefeito. Mas
não é uma
questão fechada na minha Bancada, porque na
outra Comissão, Vereador da minha Bancada é contra a aceitação
do Veto.
Agora, um
analisa o mérito, outro analisa
a legalidade.
O Sr. Dilamar Machado:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Entre as razões
do Veto do
Prefeito Olívio, essa da
questão técnica da incidência do aumento,
ela é discutível. Mas uma
das razões é que o
Projeto prejudica o usuário do
táxi. O
mesmo Prefeito que neste período em que governa
a Cidade em que a inflação
foi de 524,02%, já aumentou a tarifa
do ônibus em
650% e está
aumentando novamente, depois de
amanhã, a
partir de domingo
um novo aumento. O ônibus deve ir para 90 centavos ou 01 cruzado a
tarifa. O mesmo Prefeito que aumenta a tarifa do ônibus muito acima da inflação
do período vem alegar prejuízo ao usuário. Quem não pode sofrer prejuízo é o
taxista, Ver. João Dib. V. Exª votou a favor do Projeto porque o considerou
justo. Eu não consigo entender, embora o admire como ser humano e como
Vereador, onde está a injustiça do Projeto agora.
O SR. JOÃO DIB:
Nobre Vereador, eu vou dizer a V. Exª que o táxi também está sendo aumentado
com o ônibus.
O Sr. Dilamar Machado: Essa é outra questão, Ver. João Dib que...
O SR. JOÃO DIB: Tudo bem, estou respondendo por etapas.
Eu não posso
responder às duas perguntas numa só palavra. O táxi
também está sendo aumentado. Eu não vou discutir
o problema do aumento dos
ônibus, porque
ontem à noite,
na televisão, e sei
que a incompetência foi demonstrada no momento em
que intervieram no transporte para melhor; piorou. Para manter
a tarifa,
não puderam, porque decreto
não mantém tarifa. E
para renovar a frota,
também não renovaram.
Eu não quero
para outros debates...
Em segundo lugar eu quero dizer a
V. Exª que perguntava, na
oportunidade, a razão de 14% e até não fui muito cioso com minha
máquina de calcular e perguntei:
“Por que 14%?”. Aceitei
a palavra do
Ver. Dilamar Machado, mas eu não
posso, sendo
engenheiro, tendo sido Secretário
de Transportes, tendo introduzido
o cálculo de
tarifa de ônibus
e de táxi
nesta Cidade, eu não posso desconhecer as razões do Executivo, que são corretas. Então só
me resta uma
coisa: para
que eu tenha a mesma autoridade de reclamar,
quero ter a
autoridade de aplaudir. E
lamento, profundamente, dizer aos
senhores que vão votar,
apesar de ser
voto secreto, não precisava
dizer nada,
não precisava vir à tribuna,
não precisava justificar nada. Eu,
pura e simplesmente, poderia votar contra e
ficava tudo por isso mesmo. Vocês não
saberiam o que pensei ou
disse, mas
acho que nosso
povo tem que
ser informado. Nosso povo
não pode ser
ludibriado. A intenção do
Ver. Dilamar Machado é excelente, tanto
que eu fiz
muitas vezes a mesma coisa, mas a
redação não foi boa,
mas temos que
melhorar. E
ele falou em
aprimorar o Projeto. Pode
até ser reapresentado
com uma outra
redação e leva, sem dúvida
nenhuma, outra
vez o nosso
apoio numa nova redação,
mas que o
Executivo não possa nos dizer
não é.
O Sr. Edi Morelli: V. Exª me permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Como relator da Comissão de
Defesa do Consumidor, votei pela
derrubada total do Veto,
baseado numa pesquisa com usuários
de táxi feita
pela minha assessoria. Baseado nessa pesquisa feita com o passageiro, com o
usuário, foi que dei o parecer pela derrubada do Veto,
porque o usuário achou justo, meritório o Projeto do Ver. Dilamar Machado.
O SR. JOÃO DIB: Eu sou grato ao
aparte de V. Exª e gostaria que fosse
feita também uma pesquisa com
os motoristas de táxi para
colocarem exatamente essa opinião.
O Sr. Leão de Medeiros:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª é muito feliz em referir que a Bancada do
PDS não tem
questão fechada no exame deste
Veto e para
reforçar o pensamento da Bancada, diria
a V. Exª que o meu posicionamento pessoal se contrapõe
ao de V. Exª, porque entendo que acima do que
eventualmente possa estar previsto em lei, permanece
o direito natural e o direito natural determina
que quando haja o prejuízo de alguém
as leis podem
ser ultrapassadas. Por isso
é que vendo uma injustiça à categoria dos profissionais do táxi é que me posicionei a favor
de que esse
Veto seja rejeitado.
O SR. PRESIDENTE:
A Mesa informa ao Ver. João Dib que
o Ver. Heriberto Back inscreve-se e cede seu tempo a
V. Exª.
O SR. JOÃO DIB:
Agradeço ao Ver. Heriberto Back, mais
uma vez.
É que, na
realidade, Ver. Leão de Medeiros, lei,
dela nós devemos
ser escravos desde que ela seja bem feita, sem dúvida nenhuma. Tem V. Exª
toda a razão e eu gosto desse
raciocínio. No caso,
o Ver. Dilamar Machado teve excelente intenção, faltou-lhe assessoria, talvez até
eu deva me penitenciar, talvez
eu devesse ter estudado melhor
e não ter
apenas perguntado a ele,
e nós faríamos a Lei como ela deveria ser feita. Então,
essa lei que
nós não queremos
cumprir porque
prejudica e não pode ser substituída
por uma outra
lei que deixa
dúvidas.
O Sr. Dilamar Machado:
V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver.Dib, V. Exª se refere
à falta de
assessoria. Vou dizer à V. Exª, até
pode ser que a minha
assessoria pessoal seja deficiente, o próprio Ver.
Dilamar Machado seja deficiente em
termos de inteligência
e cultura legislativa,
mas V. Exª fala também em pesquisa
e atualmente no Brasil se
faz muita pesquisa;
o que diriam
os motoristas de táxi sobre
este Projeto? Então, os
motoristas estão aqui e eu vou
fazer a pesquisa,
os motoristas que estiverem a favor
do meu Projeto
e contra o Veto do Prefeito só levantem o braço aqui na platéia.
Veja, todos levantaram. Todos
os motoristas estão a favor. Então, V. Exª está satisfeito agora?
O SR. JOÃO DIB: Estou satisfeito, sem dúvida nenhuma. Estou satisfeito
de ser como
sou, de ser
o homem que sou e vou
continuar defendendo com a mesma intransigência
o meu posicionamento. Mas quanto à Assessoria
de V. Exª, Ver. Dilamar Machado e quanto
à competência de V. Exª não tenho nenhuma
restrição. Eu disse que provavelmente
tenha sido mal assessorado, mas eu não
condenei ninguém porque ninguém é obrigado a
entender de todas as coisas desta
Cidade. Talvez
dentro das nossas assessorias não haja pessoas capazes
de nos responder
uma série de
assuntos.
O Sr. Clóvis Brum:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Vereador, eu estou perfeitamente
entendendo a posição de V. Exª,
e estou até aplaudindo a posição de V. Exª, pela
coragem, pela simplicidade, pela clareza, pela
transparência que coloca a posição diante da categoria interessada
pela aprovação da matéria e
pela derrubada do Veto. Mas
eu me atrevo a apelar a V. Exª com toda
a minha ingenuidade. É verdade, com toda
a minha ingenuidade
no pedido,
como V. Exª ajudou à Casa e ajudou ao Vereador autor do Projeto
a aprovar o Projeto, até
corro o risco
de propor a V. Exª que nos ajude a derrubar
o Veto e
V. Exª apresenta um projeto alterando o que V. Exª
acha que não está bom no Projeto,
a parte redacional,
V. Exª continuaria na mesma linha de coerência
e traria essas alterações que acha que por
ventura devam constar no Projeto do
Vereador, na
futura lei do Ver. Dilamar Machado. Aí
V. Exª estaria dando uma contribuição não só para
a Casa, mas para os próprios
motoristas, uma vez que
V. Exª votou favorável. Passado
esse período encontrou algumas
falhas no Projeto, então, derrubamos o Veto e V. Exª apresenta em continência
um Projeto para corrigir essas eventuais falhas, e desde já pode contar V. Exª
com a minha atenção máxima no sentido de examinar a proposta de alteração que
V. Exª certamente fará à Casa. Eu deixo o meu apelo a V. Exª.
O SR. JOÃO DIB:
Nobre Ver. Clóvis Brum, eu não tenho nem um pouco de ingenuidade e muito menos
falsa ingenuidade; tenho um monte de responsabilidade. Disse há pouco tempo que
ao homem público cabe ter sensibilidade e capacidade de resposta. O mal deste
País é a falta de competência e a falta de responsabilidade. É muito fácil
transmitir ou transferir os problemas para outro, como é fácil dizer que a
Administração passada não soube realizar. Nós precisamos de soluções,
precisamos de pessoas que assumam responsabilidade, precisamos de pessoas que
falem a verdade. Política é verdade, e eu não cometeria a indignidade de dizer
que vou derrubar o Veto para depois apresentar o Projeto de Lei, e é por isso
que posso olhar para cada um dos senhores com a tranqüilidade que tenho olhado
e tenho encontrado com os senhores na rua, e que posso ser recebido com o
carinho com que fui recebido quando aqui cheguei, porque nunca os enganei.
Sempre falei a verdade e um político inteligente só fala a verdade. Pode estar
equivocado, não quero dizer que esteja sempre certo, mas ele fala a verdade. Se
eu aqui, na presença dos senhores digo alguma coisa e amanhã num local
diferente, onde não estão todos os senhores, mas tem dois, três ou quatro
pessoas naquele grupo e não estou vendo todos, se disser diferente do que disse
hoje, serei um desacreditado porque aqueles três ou quatro tem o direito de
dizer: "O Dib mente." E o Dib é um Vereador, é um político que não
tem promessa a ser cobrada, que não tem equívocos na sua vida, que tem a
dignidade dizer "não", olhando para cada um, mas defender o
"sim" com todo seu vigor. E acho que o meu passado já disse isso aos
senhores. Quantas vezes vocês tiveram, quase que como a única voz, ao lado de
vocês, o Secretário de Transportes ou, então, o Prefeito João Dib? Ou, então, o
Secretário do Governo fazendo com que essa bandeira 2 fosse colocada no
"Diário oficial" no mesmo dia, para que não houvesse perda de tempo.
Porque muita gente fala sobre transporte público, mas pouca gente foi ver na
rua como é que funciona o transporte público. Essa responsabilidade eu tenho.
Eu fui pesquisar, eu fui conhecer, não vim enganar vocês. E essa
responsabilidade me obriga, quando entender que está certo, a defender com todo
o meu empenho e, quando achar que está errado, dizer que está errado e procurar
acertar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Sr. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nós poderíamos dizer que a Sessão de hoje é quase
toda ela para examinar e decidir matéria de interesse dos táxis e dos
táxis-lotação. Nós temos, além deste Veto, Projeto de autoria do Ver. Braz,
estabelecendo alteração na Lei, e um projeto de nossa autoria, que busca melhor
adequar a vida útil do táxi à realidade sócio-econômica presente, bem como
estabelecer alguns mecanismos para a vistoria.
O Sr. Clóvis Brum:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elói Guimarães,
tentei, no esforço quase que sobrenatural, salvar a manhã do Ver. Dib. Não
consegui. Aliás, o Ver. João Dib vive, nas suas 24h, momentos difíceis do seu
voto nesta Casa. Ontem aconteceu, acabou nem votando e hoje, pela manhã, depois
de votar num Projeto acha que têm defeito. Imaginem o Ver. João Dib, que teve
um elenco de Secretários, segundo ele afirma da tribuna, votou no Projeto sem
analisar o Projeto. Ora, não pedi para o Ver. João Dib mentir, não pedi para o
Ver. João Dib ser ingênuo, o que eu pedi para o Ver. João Dib é que ausculte
até sua própria Bancada, porque o próprio PDS está votando contra o Veto e a
favor do Projeto. Fica o Ver. João Dib dizendo coisas que eu não disse nem
gostaria que o Vereador tivesse um comportamento que não aquele que ele mantém
no seu dia-a-dia. Eu volto a apelar ao Vereador para que vote contra o Veto.
O Sr. João Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu quero que
V. Exª faça o meio-de-campo. O que eu quero dizer é que um homem não perde a
sua dignidade quando, reconhecendo seu erro, volta atrás, é indigno, sim,
quando reconhece o erro e não volta atrás.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Mas nós tivemos a oportunidade de passar pela SMT, e mesmo pela vivência que
temos como Vereador podemos avaliar o significado que essa comunidade, a dos
taxista, representa para os interesses de desenvolvimento da Cidade, e aqui
envolveria os táxis-lotação que aqui hoje comparecem. A qualidade da prestação
do serviço que essa gente presta à Cidade e ao povo e aqui já se o enumerou
exemplos de taxistas, muitas vezes carros particulares não socorrem, que são os
primeiros a socorrer. Levam as pessoas ao Pronto-Socorro e muitas vezes têm o
seu carro naturalmente com respingos de sangue e por sua própria conta lavam o
carro, etc. Então, é bom que se diga que se trata de um serviço já de utilidade
pública exercido pelos táxis em Porto Alegre e de resto, pelos táxis no País.
Quero dizer e fazer justiça. Tive oportunidade de, em recebendo uma série de
maciças reclamações do relacionamento que se instaurou na Secretaria, diga-se
de passagem, um relacionamento cáustico entre as categorias dos táxis,
táxi-lotação com a Secretaria, um relacionamento que se deteriorou, tive
oportunidade de estabelecer contatos e tivemos um encontro com o Dr. Tarso
Genro, Vice-Prefeito de Porto Alegre, que estava no exercício da Prefeitura, e
tive o ensejo de expor a S. Exª toda essa deterioração a que estamos assistindo
relacionando taxistas, táxis-lotação com a Administração. E devo dizer, a bem
da verdade, que o Sr. Prefeito em exercício, Dr. Tarso Genro, ficou
profundamente indignado com o que vem acontecendo na SMT com os senhores
taxistas, e prometeu, S. Exª - estavam alguns taxistas e motoristas de
táxis-lotação presentes e prometeu restaurar – e aqui chamaria o testemunho do
Líder do PT, Ver. Flávio Koutzii, que participou conosco da reunião, onde
pretende o Sr. Prefeito Municipal restaurar a relação com os taxistas de Porto
Alegre. Quero dizer, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que quando se examinam as
razões deste Veto é que a Administração Popular, o Prefeito Municipal está
muito mal assessorado em termos da Secretaria Municipal dos Transportes, porque
quem passou pela Secretaria, ao Secretário e à Secretaria compete informar,
instruir todos os processos que se relacionam com as respectivas pastas. É uma
ressalva que quero fazer a bem da verdade para dizer que a Administração
Popular, e nós aí colocávamos ao Prefeito que tem táxi que esteve vinte, trinta
dias preso na Secretaria, lotação 40 dias! Ele ainda sacudiu a cabeça e disse
para o Ver. Flávio Koutzii: "Mas que absurdo!" Essa é uma colocação
que faço a bem da verdade, para, vendo as razões do Veto, dizer que
lamentavelmente a Administração Popular se empenha - e esta é a palavra do Sr.
Prefeito, inclusive a nós transmitida, hoje - a partir do novo Secretário, em
restabelecer o relacionamento capaz de não prejudicar o andamento e o
desenvolvimento do transporte em Porto Alegre. É uma colocação que faço para
deixar claro esse aspecto. O Prefeito foi mal assessorado nas razões expostas
no presente Veto. A Administração do Prefeito Collares, tão logo reajustava-se
o combustível, aplicava bandeira 2, o mesmo aconteceu na Administração do
Prefeito Dib, e agora, também, na Administração do Prefeito Olívio Dutra se
aplicou bandeira dois. O que propõe o Projeto do Ver. Dilamar Machado é
exatamente tornar legal e impessoal, tirando aqueles critérios casuísticos que,
muitas vezes, estão na mão do Administrador e institucionalizar a alteração
tarifária. Sempre dissemos - e, aí, sustentávamos nossas decisões - que não é
justo que o passageiro que via de regra economicamente tem melhor situação do
que o motorista, que este subsidie aquele.
A tarifa do táxi é uma composição de custos, no momento em que se
altera a composição do custo/combustível, o taxista, a partir daquele momento,
passa a subsidiar alguém que tem maior capacidade financeira do que ele. Então
não é justo que o taxista tire do bolso para, muitas vezes, carregar o burguês,
o doutor, no seu carro e levar para a boate ou levar para onde for.
Vejam que o Prefeito está mal assessorado.
O SR. PRESIDENTE: Ver.
Elói Guimarães, o Ver. Ervino Besson cede seu tempo a V. Exª.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Agradeço ao Ver. Ervino Besson, mas encerro meu discurso, pois teremos uma série
de matérias e teremos oportunidade de retornar à tribuna. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O
próximo orador inscrito é o Ver. Flávio Koutzii.
O SR. FLÁVIO KOUTZII:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhores motoristas profissionais do
transporte que estão aqui. Hoje, nós gostaríamos, antes de entrar na matéria,
de cumprimentar o Ver. João Dib pela sua intervenção, independente da posição
que vamos nós, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, tomar, porque
não há dúvida de que seu comportamento resgata aquilo que pessoalmente e
partidariamente estou convencido que é decisivo, só vai sobrar deste País,
fazendo política que tem coragem de falar as coisas que pensa e se comprometer
com elas. Quem jogar em dois ou três tabuleiros ao mesmo tempo cedo ou tarde
perderá a confiança e se identificará como demagogo e perecerá politicamente, e
será um grande serviço a este País, aliás.
E justamente, em nome desta verdade e me apoiando na parte final da
intervenção do Ver. Elói Guimarães que testemunhava de discussões acontecidas,
ontem, entre representantes da categoria e o Vice-Prefeito em exercício da
titularidade da Prefeitura e de uma reunião que tiveram, creio, mais de 150
taxistas ontem com o Prefeito, numa busca de entendimento e de avaliação de uma
série de problemas que vêm se acumulando na área, gostaria, de saída, de
colocar uma posição mais geral. Estamos discutindo os três Projetos que têm a
ver com a questão dos táxis nesta Cidade, são três hoje. Eu gostaria de logo adiantar
qual vai ser a nossa posição global e quais são as suas razões. Em primeiro
lugar. Nós respaldamos e mantemos os princípios gerais que norteiam a
intervenção do Secretário Hohlfeldt, e sua preocupação de transformar normas,
leis de aspectos gerais que fossem aplicadas no setor de transporte, e sobre
isso não temos nenhuma modificação a fazer. Não temos a mesma opinião enquanto
Bancada, enquanto Vereadores de um Partido, mas com independência de critério e
com o compromisso de avaliar as coisas que se vêem e que se ouvem, os
testemunhos que se escutam, ver se a implementação disso foi feita de forma
correta, em ritmo adequado, com respeito devido e com a preocupação adequados.
Temos muitos testemunhos e podemos descontar algum exagero, certamente uma série
de reclamações da categoria que são justas. Logo, mas estamos preocupados,
neste momento de transição da Secretaria de Transportes, em restabelecer, sim,
canais de comunicação para aquilo que pensamos que é fundamental fazer nessa
área seja compreendido por aqueles que trabalham profissionalmente nesse
terreno. E que as divergências que venhamos a ter fiquem claramente
estabelecidas no terreno que, sim, pensamos diferente disso e daquilo, mas que
não fiquem no meio. Aspectos secundários, aspectos burocráticos, aspectos de
encaminhamento malfeito, porque essa não é questão de fundo, mas que acaba
provocando um desentendimento, uma falta de associação e uma questão que é um
serviço público que interessa à comunidade, como interessa à vida daqueles que
trabalham profissionalmente e, portanto, vivem desse trabalho.
Quais são as nossas posições? Em primeiro lugar, nós consideramos que
os aspectos técnicos que estão na justificativa do Veto têm sentido, eles não
são uma invenção, mas gostaria de recordar que a Bancada do Partido dos
Trabalhadores já havia votado a favor do Projeto do Ver. Dilamar Machado,
quando ele foi colocado aqui. Portanto, este Projeto passou por uma ampla
maioria com o nosso voto. As razões do Veto indicadas, inclusive com as cifras
exatas na intervenção do Ver. João Dib e destacar o fato de que não é só
gasolina que incide nos custos, que, na verdade, não passa de 22%. Mas, mesmo
assim, considerando que os aspectos técnicos e financeiros que apóiam o Veto da
Prefeitura são corretos, mas entendemos que não são suficientes. Por quê?
Porque é verdade, sim, que há um ritmo e uma freqüência de aumento dos outros
elementos que compõem os gastos de manutenção e os gastos de funcionamento dos
táxis, que realmente têm o mesmo ritmo enlouquecido e acelerado que se tem a
nível do combustível. Portanto, ao nível do senso comum, da simplificação de
como é que é mesmo a vida e a realidade há dois elementos que fazem com que a
Bancada do Partido dos Trabalhadores mantenha a posição que já teve aqui, e, portanto,
não acompanhou o Veto do Sr. Prefeito. Primeiro, é certo que é há um conjunto
de gastos todos referentes ao veículo que aumenta com grande freqüência e,
segundo, que esse transporte é um transporte que tem caráter seletivo e que,
portanto, sem cair no que consideram um certo abuso um pouco demagógico, se vai
para a boate, se não vai para a boate, se é o burguês, ou não é. Aliás, nossa
grande especialidade é criticar a burguesia e combatê-la, não é só evocá-la
aqui nos momentos de debates frente aos operários de transporte, nós queríamos
dizer que o setor que consome isso tem condições de enfrentar esses reajustes.
Então, queríamos indicar que essa é a nossa posição e indicar, sim, com toda
clareza, que isso é também um esforço de discussão que fizemos de ontem para
cá, nos dando conta, e eu disse isso um pouco brincando com o Ver. João Dib,
que, hoje, era o dia do motorista, porque, por uma coincidência que não o é, se
juntaram três projetos ligados à área de interesse dos senhores para justamente
tentar, isso é próprio das táticas políticas plenárias, no bolo, de alguma
maneira, fazer passar o conjunto das questões. Então, é também uma preocupação
nossa, através de um gesto preciso, concreto e colocado aqui, estabelecer os
canais de confiança e debates com a categoria.
Segundo Projeto: o Projeto do Ver. Elói Guimarães, que aumenta o tempo
de vida útil dos táxis. O que está em jogo nesse Projeto? Três elementos. E há
uma certa tensão. Aumentar o tempo de vida útil é interessante, do ponto de
vista econômico, para a categoria. Outro lado da balança, o tema segurança - e
o perigo de que o veículo envelhecido seja mais vulnerável a acidentes, a mau
funcionamento, etc. E, por outro lado, ainda - é muito importante para os
senhores que estão aqui - a responsabilidade dos próprios motoristas. É
responsabilidade com as suas vidas, porque são eles que estão guiando o
transporte, e com as daqueles que fazem parte do seu trabalho, aqueles que eles
transportam. São três elementos que estão em jogo aí. E há uma tendência a
unilateralizar o tema segurança. Não se aumenta o tempo de vida útil para
garantir que melhore isso. É este também o entendimento da Secretaria dos
Transportes. A nossa Bancada, na mesma linha de preocupação, compreensão e
flexibilidade...
O SR. PRESIDENTE:
Ver. Flávio Koutzii, o ver. Gert Schinke se inscreve e cede seu tempo a V. Exª.
Dez minutos.
O SR. FLÁVIO KOUTZII: Agradeço
ao Ver. Gert Schinke. Sobre esse aspecto, eu estou preparando, e é um pouco
improvisado isto, porque uma discussão de ontem para hoje, uma emenda ao
Projeto do Ver. Elói Guimarães, a que nós vamos votar a favor, fazendo muito
claro e de propósito, com essa privilegiada oportunidade de explicar aos
senhores que podem irradiar isso depois aos seus colegas, uma Emenda muito simples:
ao invés de, antes de fazer a Lei, nós julgamos antecipadamente que tal
problema impede o aumento da vida útil, a nossa proposta, que evidentemente tem
um espírito de flexibilidade e conciliação, e vamos agregar, e acho que a Casa
vai acolher isso, é a seguinte: que durante um ano, a partir da aprovação da
Lei haja uma estatística mensal, específica, sobre o que acontece com os táxis
no período acrescentado de vida útil, se apresentaram uma incidência maior de
acidentes, de problemas. Então, em vez de este Vereador, ou aquele Vereador
julgar, vamos dar um ano, a lei não está condicionada a este ano, mas ela
acumula elementos, para o acúmulo de elementos, vamos julgar, com toda
objetividade, se nos equivocamos ou não ao aumentar o prazo. Então, estamos
transferindo para quem? Para todos nós a responsabilidade de que, pessoalmente,
para os senhores que querem esse espaço, e querem garantir, porque são os
maiores interessados, o rigor nessa questão. Esse o espírito do segundo
Projeto.
O terceiro, eu peço a atenção e a compreensão dos companheiros, do Ver.
Luiz Braz, vamos votar contra, e vou explicar a razão: temos um argumento de
fundo que é importante do ponto de vista das leis, mas até não é o mais
importante sob o aspecto que desejo enfocar: pelo artigo 175 da Constituição
Federal, de fato, permissão, o serviço de táxi é um serviço onde há a noção de
permissão, como há no transporte coletivo; então, consideramos, como Governo,
que não podemos abdicar, não só porque estamos amparados pela lei, a permissão
é intransferível e quem administra é o Poder Municipal legalmente constituído.
E há uma certa confusão, provavelmente involuntária, na exposição de motivos do
Ver. Braz, na qual ele argumenta, sobre o tema compra e venda do veículo, que é
uma liberdade individual, como o tema da regulação da permissão, que é uma
outra questão. Mas, muito mais importante do que isso, e por isso apelei à
compreensão, sabemos, e está escrito aqui, o Ver. Braz, muito corretamente,
acolhendo, ele diz: "Ademais, várias pessoas procuraram este gabinete,
alegando demora por parte do órgão que trata da transferência, SMT, quanto à
liberação do veículo ao adquirente". Fez o papel que tem que fazer o
Vereador: que ele percebeu que havia um problema, resolveu encontrar uma solução.
Havia duas soluções: agilizar isso na SMT. A segunda solução é tentar fazer uma
lei. É onde quer chegar, independente do artigo 175 da Constituição Federal, eu
quero apelar aos Vereadores para que nós não façamos uma coisa que é um pouco
absurda. Há um problema e nós estamos informados de que há esse problema. Nós
pensamos que a Secretaria, com o novo titular, com empenho e o compromisso do
Prefeito representado nas discussões de ontem pelo Vice-Prefeito em exercício
do cargo, Tarso Genro, pelo empenho e o compromisso nosso, como Líder de
Bancada, de desobstruir os impasses, a lentidão com que têm sido resolvidas
algumas questões, aceitamos essas críticas e nos comprometemos a resolver. Mas
não é possível fazer uma lei para resolver uma questão que é uma questão de
fato de má-gestão, do ponto de vista da solução do problema.
Então, nós votamos contra, isolados ou não, da Casa, mas queremos até
chamar na mesma linha de colocar as coisas frontalmente e claramente em nome da
verdade, chamar a atenção dos nossos pares de que não somente isso é
inconstitucional, e, portanto vai ser argüido isto por nós, já digo claramente,
quando é, talvez, uma ação política muito correta do Ver. Luiz Braz, o sentido
de criar a pressão para que este assunto se resolva, e, portanto, nesse sentido
uma ajuda dele à categoria, mas de fato uma espécie de casuísmo específico.
Quer dizer, nós não precisamos disso aí para resolver o problema que é um
problema que foi mal encaminhado do ponto de vista de ritmo, tratamento e
solução administrativa.
O Sr. Luiz Braz: Eu
quero dizer que as duas soluções que V. Exª coloca da tribuna são soluções
lógicas para o problema que surgiu. Eu sou testemunha e todos eles aqui são
testemunhas de que várias vezes se tentou resolver este problema de se retirar
o entrave que existia dentro da Secretaria Municipal dos Transportes, sem que
precisasse haver essa interferência da Câmara Municipal fazendo uma lei. E
todas as vezes que a Secretaria foi procurada para que esse entrave fosse
retirado, lá na Secretaria não foi encontrado eco aos reclames daqueles que
precisavam, rapidamente, fazer com que as transferências se descem. É por esse
motivo que nós ficamos na obrigação, Ver. Flávio Koutzii, de usarmos o outro
caminho que foi apontado por V. Exª, de fazer este Projeto de Lei para que
através deste Projeto de Lei nós pudéssemos retirar um entrave que,
infelizmente, o Secretário não quis retirar.
O SR. FLÁVIO KOUTZII: V.
Exª conhece bem o meu estilo, que eu já na minha intervenção, registrei até o
que eu entendi que foi o sentido político e prático da sua preocupação
transformada neste Projeto. Mas não é menos verdade para todos que há uma nova
situação, há uma nova situação por que temos reuniões, há uma nova situação
porque estamos às vésperas de um novo titular da Secretaria e há um novo
elemento que é o próprio aspecto constitucional e legal deste Projeto.
O Sr. João Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, no caso sou
favorável ao Projeto do Ver. Luiz Braz, ainda que a Secretaria Municipal não
fique fora do problema de forma nenhuma, ainda poderia acontecer porque ela
deve registrar a petição. Mas, se o motorista profissional autônomo é
cadastrado na Secretaria na há em criar problemas para que se faça a permuta. É
melhor que seja feito às claras do que documentos cartoriais e outras coisas.
Então, facilita muito. Agora, a Secretaria não soube interpretar, na verdade, e
não tinha necessidade de fazer o que está fazendo, demorar 3, 4, ou 5 meses
para alguns casos, pessoas que precisam e que não tem como resolver. Então voto
favorável ao Projeto do Ver. Luiz Braz.
O SR. FLÁVIO KOUTZII:
Eu queria encerrar a intervenção mantendo claramente a razão de fundo disso e
ela é uma questão muito importante também num terreno mais de responsabilidades
de um Governo para com a Cidade. Alienar, quer dizer, abandonar, abdicar
poderes legalmente constituídos que devem ser utilizados para fiscalizar e
controlar o conjunto de sistemas de funcionamento da Cidade, é uma obrigação e
um dever tão importante quanto cumprir a Carta Orgânica, Ver. Dib.
Nós não vamos, do ponto de vista nosso e do ponto de vista da Lei,
abdicar disso. Espero, de qualquer maneira, que tenha ficado entendido no
confronto de posições, porque até não é muito regimental que eu tenha abordado
os três Projetos, talvez pelo fato de que estão aparentados pela temática de
serem problemas ligados ao transporte, aos táxis em particular, e fique clara a
nossa posição e o nosso convite que, além dos canais diretos com a Prefeitura,
a própria Bancada do Partido dos Trabalhadores se dispõe nesse processo de
desobstrução de alguns problemas ocorridos até aqui, a trabalhar junto com a
categoria. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Próximo orador inscrito para discutir o Projeto é o Ver. Isaac Ainhorn,
dez minutos com V. Exª.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, estamos frente a um Projeto, em especial neste
Projeto há um Veto Total do Sr. Prefeito, que é um Projeto de Lei de autoria de
Vereador desta Casa, Ver. Dilamar Machado, e evidentemente se observam, no
calor dos debates em relação a esse Projeto, divergências, e o próprio Ver.
João Dib aponta alguns pontos na sua seriedade, na sua responsabilidade, na sua
condução de um homem que conhece realmente transporte em Porto Alegre, que tem
sensibilidade sempre para problemas dessa natureza. Mas, nesse momento, nos
surpreende exatamente a colocação do Vereador na medida em que nós vemos que há
realmente nesta proposta do Ver. Dilamar Machado uma preocupação de natureza,
vamos assim dizer, emergencial. Na realidade, tenho certeza de que a melhor
coisa que poderia existir para o taxista é que pudesse trabalhar com bandeira
normal. Porque no momento em que há esses aumentos sucessivos do serviço de
táxi, automaticamente o usuário se inibe em usar o táxi. O taxista, com
aumentos, sofre as circunstâncias dos aumentos sucessivos, porque a clientela,
o usuário se inibe em relação ao uso do serviço de táxi. Oxalá pudéssemos viver
numa situação em que não precisássemos nos valer desse expediente. Mas eu louvo
exatamente neste momento o autor deste Projeto, que é um homem que tem na sua
história raízes populares, e atendendo a sugestão de um taxista exatamente
procurou dar uma solução para a situação do trabalhador taxista. Neste País,
para os grandes proprietários de empresa, há protetores. Nós vemos que os
carros aumentam duas vezes por mês, e o Governo Federal normalmente vem
atendendo os seus reclamos, os seus pedidos, fruto desse clima de inflação desenfreada
que atende aos interesses de meia dúzia de especuladores. Agora, gostaria que
aqueles Vereadores que vêm aqui e que
colocam que a sua preocupação básica está centrada no trabalhador, por que
neste momento não tem sensibilidade com os taxistas que fundamentalmente são
trabalhadores autônomos? É isto que nós muitas vezes não entendemos, porque
aqui no Brasil as características do trabalhador brasileiro são diferentes das
características de um país altamente capitalista, que só tem operários altamente
desenvolvidos naquele estilo do operário belga, do operário do ABC paulista.
Infelizmente, aqui, nós vivemos com esse clima permanente e presente de altos
índices de criminalidade. Nós vivemos numa situação em que o trabalhador de
táxi sai de manhã e sua esposa não sabe se vai ao final da tarde ou à noite vai
voltar para casa, porque ele é uma das maiores vítimas do clima de insegurança
em que vive a Cidade, porque ele passa o dia inteiro na rua. Por essa razão é
que nós estamos aqui, e até colocava o Ver. Leão de Medeiros, do PDS, quando
dizia que há fatos em que o direito natural se coloca acima das normas do
próprio direito positivo. E nesse caso o Projeto do Ver. Dilamar Machado, ele
não cria nenhum embaraço do ponto de vista do direito positivo. E ele coloca um
critério que altera os critérios de metodologia anterior. Este critério da
metodologia da virada da bandeira dois quando do aumento da gasolina em níveis
iguais ou superiores a 14%, é um critério. Porque todo mundo sabe que a hora
que pesa no bolso taxista é a hora em que ele enche seu tanque de gasolina.
Essa é a realidade. Isso todo dia, porque o carro não anda sem o básico, que é
o combustível. Então, nós ficamos surpresos com a colocação constante no veto:
"... contrário ao interesse público". Vejam, senhores, que o
fundamento de que o Projeto é contrário ao interesse público: o fundamento do
veto chega a ser surpreendente, porque parece de repente que a classe dos
taxistas é colocada sob suspeição de mau elemento, que se vale de fraude sempre.
Infelizmente essa mentalidade lamentável de alguns governantes e de certos
tecnocratas, porque, muitas vezes, os governantes são induzidos por tecnocratas
que tenham essa concepção e quando o taxista vai lá na SMT é vítima dos
processos dos tecnocratas, independentemente, muitas vezes, dos governos. Vejam
o que diz o Veto Total: "Primeiramente, a matéria abordada pelo presente
Projeto de Lei se conumera - palavra bonita, não? - entre as reguladas através
de Decreto do Executivo, que é o instrumento que melhor se adequa à
fiscalização e ao controle pelo órgão competente. "Para mim, não existe
órgão melhor para exercer a fiscalização do que a Câmara dos Vereadores. É
surpreendente, numa época em que se procura valorizar o Poder Legislativo, que
se queira evitar que o Poder Legislativo legisle atuando nos processos
fiscalizatórios e criando outras hipóteses. Vejam mais: "... que é o
melhor instrumento que se adequa à fiscalização e controle pelo órgão
competente". Pois assim tem que ser os meios de impedir o uso abusivo da
bandeira dois. Já está-se colocando sob suspeição uma classe, quando se
generaliza dizendo que a fiscalização visa a coibir o uso abusivo da bandeira
dois. Tenho quase certeza de que ninguém, em sua sã consciência, gostaria de
praticar os aumentos, porque como disse no início da minha intervenção, da
discussão deste Veto, cada vez que há um aumento há uma diminuição do usuário e
de receita, de féria, e os compromissos são permanentes. O supermercado aumenta
diariamente, e sobre este os órgãos do Governo Federal são completamente
inoperantes, porque os Zaffari e outros supermercados da Cidade não tem nenhum
controle, nenhuma fiscalização, não estou dizendo que seja o Município, mas
essa é a realidade de nosso País. Quero deixar claro que isso não é culpa da
atual Administração. Sobre o serviço de transportes coletivos há uma
fiscalização rígida, o taxista é o que sofre maior fiscalização. Acho que deve
haver fiscalização, realmente, porque é em defesa do usuário, mas,
infelizmente, não existe fiscalização em defesa dos consumidores em relação aos
supermercados. Esta é a prática do nosso País e é sobre essa prática que nós,
trabalhistas, temos uma proposta de projeto concreto.
O Sr. Gert Schinke:
Não tem jeito mesmo!
O SR. ISAAC AINHORN:
Lógico, não tem jeito porque não gostam de ouvir esse discurso, não tem jeito
porque o PT não gosta de ouvir esse discurso! Essa platéia sabe, posso até
estar fazendo proselitismo político, mas essa platéia sabe, hoje, que a última
esperança desse povo é Leonel Brizola, porque há um caos organizado neste País.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Próximo orador, Ver. Cyro Martini.
O SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a presença expressiva da categoria dos taxistas
nesta Casa é uma prova eloqüente da preocupação que eles têm a respeito das
matérias pertinentes a eles que hoje serão examinadas nesta Casa. O Projeto
apresentado pelo distinto e experiente Ver. Dilamar Machado vem ao encontro, no
meu entendimento, da própria Administração Municipal, eis que facilita de
pronto, de imediato, uma forma simples, uma forma óbvia de agilizar de modo
provisório uma correção relativamente a tarifa dos táxis. Não é uma forma, não
é uma prescrição definitiva, é uma Lei que cria um dispositivo, um recurso provisório,
precário para que os motoristas, para que os proprietários não sejam aqueles
que venham a ser prejudicados nesse complexo, nesta confusão, neste caos
inflacionário, nesta situação caótica de inflação por que passa hoje o País,
que hoje vive o Brasil. Não me parece que a categoria tem esse direito de ver
aprovado de vez e rejeitado o Veto, portanto, do Projeto apresentado. Nós
sabemos que na medida em que o combustível, a gasolina, o álcool e o óleo
sofrem uma majoração, obviamente os demais insumos, os demais produtos também
sofrem uma majoração. Falece, portanto, respaldo fático à colocação da
argumentação relativamente à majoração do combustível, o que há é um disparo
automático do combustível em relação aos demais produtos. Por isso, eu vejo este
instrumento criado pelo Ver. Dilamar Machado como capaz de imediatamente
promover uma correção e, ademais, ele não é permanente, é provisório, ele pode
ter a duração de apenas dois segundos.
O Sr. João Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu havia
pedido um aparte ao Ver. Isaac Ainhorn e ele não havia me dado, mas V. Exª com
a sua gentileza habitual está me dando agora e eu pergunto: mais alguém tem a
pretensão de pensar que aprovada a Lei ela é auto-aplicável? Não. Precisa de um
decreto do Prefeito para cada vez; vai continuar precisando de decreto do
Prefeito, ela não se auto-aplica, quem define as tarifas é a SMT. Continua a
mesma coisa e até por isso, como eu dizia antes, era preferível que a
Secretaria, com sensibilidade do Sr. Secretário, continuasse dando a bandeira
2. Sem decreto, a Lei não tem significado.
O SR. CYRO MARTINI:
Eu discordo do nobre Vereador, que tem uma vivência muito larga na
Administração Municipal e uma autoridade respeitável. No entanto, a simples
leitura do dispositivo apresentado pelo Projeto permite-nos dizer de modo muito
sucinto que a auto-aplicabilidade está ali visível. Só a má-vontade, só fatores
contrários aos interesses da categoria é que poderiam levar a condicionar a
expedição de um decreto, já que no meu entendimento é clara a
auto-aplicabilidade por parte do dispositivo apresentado pelo Projeto. Para mim
não cabe discussão neste sentido; quando a lei tem auto-aplicabilidade não há
por que se depender de um decreto. Quando ela não tem todo o detalhamento
necessário para ser aplicada... Apenas estou tentando fazer as minhas
colocações.
O Sr. Gert Schinke: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vou tentar ser breve, na medida em que vejo seu espírito, para tentar
esclarecer o debate e tentar esclarecer as coisas na medida em que
sistematicamente o Ver. Isaac Ainhorn me nega os apartes, hoje eu estava
tentando me reconciliar com o Vereador. Então, queria dizer principalmente aos
transportadores aqui presentes que e, como ex-transportador do transporte
escolar, defendi aqui, arduamente, os interesses da categoria dos
transportadores escolares. E não que a nossa Bancada estaria acompanhando o
Veto, por isso procurei saber quais eram os defensores dos trabalhadores que
estavam acompanhando o Veto, não somos nós, nós vamos votar contra o Veto, na
medida em que nós somos sensíveis e compartilhamos com os interesses e,
principalmente, esse interesse específico que está consubstanciado no Projeto
de Lei do Ver. Dilamar Machado. Eu sou um dos que defendem este projeto, pelas
mesmas razões que aqui defendi os interesses dos transportadores escolares.
Apenas para esclarecer, e não roubar mais dez minutos da categoria que tem que
trabalhar, por isso não me inscrevi.
O SR. CYRO MARTINI: Depois
das colocações do Ver. Gert Schinke nós, praticamente, não teríamos mais nada a
dizer, porque ele reconhece cabal e plenamente, o direito dos taxistas. Por
conseguinte, eu não precisaria citar que há uma preocupação de outra ordem
relativamente aos taxistas com relação à vistoria. Apenas para citar as
aflições por que passa hoje o proprietário de táxi, o taxista de um modo geral,
não só com relação à segurança, às multas que disparam contra eles por todos os
lados, a todo o momento, mas outra que eu vejo aqui companheiros do sindicato,
motoristas de táxi de um modo geral, o companheiro João Soares, uma das coisas
que ele me falou, e eu faço um apelo à Bancada do PT no sentido de que quando
houver a vistoria do táxi, que o vistoriado seja o táxi e não também o
proprietário do táxi. A Secretaria obriga o comparecimento simultâneo do
proprietário e do motorista, mas o motorista não vai ser submetido à vistoria,
quem vai ser submetido à vistoria é o táxi.
Então agradeço a atenção dos senhores e, apelamos para que rejeitemos o
Veto em nome desta categoria tão sofrida e tão trabalhadora. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nelson
Castan, para discutir.
O SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs.
Taxistas, nós estamos vivendo em Porto Alegre um período estranho, um período
em que as coisas acontecem, e já estão acontecendo há tanto tempo, e falta uma
capacidade de entendimento no que realmente está se passando na área de
transporte, especificamente na área de vocês, táxis e táxis-lotação. Nós
fizemos uma reunião, aqui, há umas 2 ou 3 semanas, e levantamos uma série de
problemas, e são os mesmos problemas que estão sendo debatidos hoje: é o
problema das transferências e permissão, é o problema das vistorias, o problema
da defasagem de remuneração dos taxistas frente aos custos que se elevam. E,
naquela ocasião, nós havíamos feito um apelo ao Ver. Décio Schauren para que
nos ajudasse a agendar uma reunião com o então Secretário, Ver. Antonio
Hohlfeldt. Aquela reunião não
foi possível, porém, a nossa Reunião aqui na Comissão de Transportes gerou um
impacto na Administração Popular, na Administração que se diz popular, na
Administração do PT, porque, no dia seguinte, o Sindicato dos Taxistas e mais
outros companheiros foram recebidos em audiência especial pelo Sr. Prefeito
Olívio Dutra. Mostra que eles estavam preocupados e que aquela reunião surtiu
efeito. Agora, o problema verdadeiro dos taxistas, a angústia que os taxistas
estão vivendo até agora não foi resolvida. São reuniões em cima de reuniões
sucessivas e os problemas continuam amargurando a vida desses trabalhadores. Eu
sou testemunha, já fui na Secretaria Municipal dos Transportes três vezes,
acompanhando colegas de vocês, fazendo apelos para que uma microlotação fosse
liberada. O Secretário Isaac, com quem conversei, que está interino no cargo,
nos recebeu com muita cordialidade e pediu que o companheiro de vocês levasse o
documento com firma reconhecida e que, imediatamente, a transferência de
permissão seria feita e o trabalhador poderia sair como seu veículo para
trabalhar, que está lá preso há mais de um mês. O instrumento de trabalho deste
trabalhador está preso na Secretaria Municipal de Transportes há mais de um
mês, e são várias microlotações que estão presas lá para quem quiser ver. Pois,
acreditem ou não, apesar do Secretário Interino Isaac ter dado a sua palavra de
que bastava a entrega deste documento no Protocolo da Prefeitura que
imediatamente a situação seria resolvida. Pois este cidadão que está com a sua
microlotação presa há tanto tempo foi no Protocolo da Prefeitura e o Protocolo
não aceitou que ele entregasse este documento. Então, eu pergunto: com quem
está o poder dessa Administração Municipal? Quem está determinando as coisas,
ou existe um vazio de poder que ora é o Prefeito, ora é o Vice-Prefeito, ora é
o Secretário dos Transportes? Mas as coisas não se resolvem. Esta é a verdade.
O Vice-Prefeito Tarso Genro pediu um prazo até terça-feira. São prazos em cima
de prazos que estão sendo dados e não se vê no horizonte uma luz que possa
indicar: olha as coisas estão se encaminhando. Por esta situação de angústia é
que os Vereadores desta Casa têm reagido a este problema, buscando caminhos,
muitas vezes que o Ver. Dib, um legalista, às vezes não muito sensível aos
problemas, mas de fato um legalista, diz que muitas iniciativas aqui não são
muito corretas do ponto de vista da lei. Mas isso mostra o desespero desta Casa
em romper esses bloqueios que estão instalados hoje na Administração Municipal.
Eu assisto da minha tribuna o Líder do PT, Ver. Flávio Koutzii, vir aqui e
dizer que vai votar contra o Veto do Prefeito que, embora também concorde que
estas leis de fato são prerrogativas do exercício do Poder Executivo e pede ele
também um prazo para que se defina um novo Secretário dos Transportes e que
então as coisas sejam encaminhadas. Agora, atos como este aqui, pode até a
Secretaria estar acéfala, mas de onde vem a determinação para que não se aceite
um documento no protocolo da Prefeitura? De onde vem a determinação para que
uma cidadã que eu não conheço pessoalmente, mas que os senhores conhecem muito
bem, que é a senhora Drª Maria Helena e que é um terror e está infernizando a
vida dos taxistas. Da onde vem o poder dessa senhora? Como é que essas coisas
se explicam? Será que uma funcionária administrativa tem tanta autoridade assim
para massacrar essa categoria? Quem está apoiando esta senhora e lhe dando
condições de continuar neste trabalho de desmoralizar, de desautorizar, de
tirar as condições de trabalho desta categoria? Então, como é que nós,
Vereadores, podemos aceitar de parte do Líder do PT um pedido como este: nos
dêem mais um tempo que vamos esclarecer essas coisas. Como é que podemos dar
esse crédito de confiança se sucessivamente, dia após dia, são novos episódios
que vêm a mostrar esta orientação que eu não sei da onde surge. Já não é mais o
mesmo Secretário. O Secretário interino nos garantiu que esses documentos
seriam suficientes. O que ele me disse não foi obedecido, não foi aceito pela
Prefeitura. Os profissionais vão ao Vice-Prefeito e este também pede um tempo.
Mas, afinal, quem é que está determinando essas normas draconianas e desumanas
contra os taxistas? É isso que nós não sabemos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. Adroaldo Corrêa.
O SR. ADROALDO CORRÊA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há que dizer desta tribuna que, se o povo
brasileiro viver de uma única esperança, e não da sua organização, poderá ser fraudado.
Nós devemos ter sempre alternativas da classe trabalhadora, que se organiza e
procura, a partir dela, fazer valer os seus direitos. Há direitos e deveres
também. Nós acreditamos que é dever do Prefeito zelar pelo conjunto da Cidade e
ter, na Cidade, a capacidade de acolher os interesses da população que se
manifesta e aqueles que estão previstos em Lei. Pesá-los,
julgá-los, avaliá-los. E há num
dos itens de resposta a um dos projetos que vão ser analisados hoje, do então
Secretário Antonio Hohlfeldt, por uma consulta que fizemos, uma situação que,
até agora, não foi tocada. Esses dias, uma sinaleira deixou de funcionar na
Sertório, um acidente ocorreu, morreu uma pessoa e o Secretário foi acusado da
morte da pessoa. Várias sinaleiras estragadas existem e há taxas e impostos
aqui nesta Casa que estão sendo postos à apreciação desta Câmara e da
comunidade, que visam elevar as receitas da Prefeitura e a sua arrecadação, que
estão sendo criticados como escorchantes do povo em geral, quando eles pretendem
avaliar a real possibilidade de contribuição de cada um, pelas suas posses,
pelo que detém de riqueza e sua possibilidade de contribuir para a melhoria dos
serviços na Cidade – iluminação, transporte, pavimentação e sinaleiras. Então,
eu gostaria de dizer que o item segurança não foi tocado aqui, nem do
passageiro e sequer do motorista. E, em 90 dias de intervalo de vistorias,
verificou-se, em alguns veículos dos 1.164 vistoriados e 279 recolhidos, 25%
desta frota vistoriada, que no item relativo à segurança pôde-se constatar
pneus lisos, carecas na dianteira, carros sem estepe, falta de faróis, sem
extintor, ou vazios; coluna das portas quebradas, assoalhos quebrados, furados
e remendados com tábuas, folga na direção, folga nas rótulas, sem estabilizadores,
e tantos outros defeitos, isso num período máximo de intervalo de 90 dias, não
são todos os carros que rodam assim, apenas 255 da frota, alguns com idade
próxima do vencimento, e isso é uma realidade, frota de uma Cidade que tem
diversas dificuldades, não só originadas nesta Administração, mas herdadas,
algumas não resolvidas na atual Administração, isto obviamente contribui para o
Projeto que vai ser analisado posteriormente. Achamos que existe, nesta
tribuna, uma intenção diversa da análise do Projeto que está em Pauta; alguns
Vereadores chegaram aqui e fizeram vivas ao seu candidato à Presidência da
República, quando estávamos discutindo a questão dos táxis da Cidade. Tem
relação o objetivo. Acreditamos que aqueles que aqui dizem que a lei não deve
ser cumprida lutaram em 1961 pela Legalidade, assim como nós também lutamos,
queríamos o cumprimento da lei. Há uma contradição nessas pessoas, a lei só é
razoável de ser cumprida quando favorece os interesses de quem pretende
defendê-la, nós lutamos para modificar leis injustas. Disseram aqui, também,
argumentando em cima do Projeto, fora da Pauta, que a inflação tem sido menor
do que os reajustes da tarifa em Porto Alegre, e nós não temos o mesmo cálculo
do Vereador que falou isso. O reajuste acumulado, de janeiro a outubro, foi de
650%, ponderando uma perspectiva de inflação, em outubro, de 40%, sendo
razoável no cálculo otimista até, que é a miséria dos trabalhadores neste País.
E a inflação, comparada ao reajuste de tarifa acumulada de 650%, no nosso cálculo,
que, por interesses diversos dos que aqui chegaram para discutir o Projeto, e
fizeram esse cálculo, é de 733%, uma diferença, portanto, de 27% a favor da
tarifa abaixo da inflação. Mas gostaríamos de dizer, realmente, com relação a
este Projeto, é que na análise dos interesses da Cidade, devemos ter claro de
que o Prefeito tem a responsabilidade da lei e de executar, em função dessas
leis, uma série de atividades que as leis impõem.
Este Parlamento pode, avaliando as condições objetivas, a correlação de
forças, até porque é uma Casa de disputa de idéias, ousar, modificar as leis. O
Prefeito está circunscrito a elas, enquanto existiam, e a mandar a reforma da
legislação para cá.
Agora, que alguém que já tenha sido – e me perdoe o Ver. Cyro Martini
não estar no Plenário – Diretor do Departamento de Trânsito, que elaborou
portarias para que as leis fossem aplicadas, assinou portarias, dizer que leis,
em contraposição a um argumento do Ver. João Dib, na oportunidade, leis
simplesmente por existirem, serão aplicadas, automaticamente, é dizer que o
salário mínimo é real e necessário, hoje, aos trabalhadores e a sua família,
como a Constituição prevê. A Constituição diz isso e onde está o nosso salário
mínimo, que por decreto é muito inferior às necessidades dos trabalhadores?
Então, o Ver. Cyro Martini também fez uma avaliação errada, aqui, do que
significará, de fato, a aprovação desta lei que nós vamos votar pela derrubada
do Veto, porque nós temos uma sensibilidade, o que já foi dito aqui; não é que
o Prefeito seja insensível, é que o Prefeito, neste aspecto, está circunscrito
a um conjunto de leis existentes. Acho que nós temos esta possibilidade de
fazer este movimento dentro desta Casa, consultando os interesses dos
trabalhadores aqui, circunscritos às verdades que têm que ser ditas e
conferidas. Não é possível dizer aos trabalhadores aqui, iludi-los aqui, desta
tribuna, que a lei aprovada será aplicada amanhã e todo mundo passa à bandeira
dois e sai trabalhando. Não é assim. Isso não é a zona.
O Sr. Dilamar Machado:
Apenas em defesa da posição colocada pelo Ver. Cyro Martini, ele falou de
auto-aplicabilidade desta lei. E eu lembraria a V. Exª a hierarquia das leis.
Evidente que na hierarquia das leis uma lei está muito acima de um decreto. O
Ver. Cyro Martini quis dizer é que, se a lei não é auto-aplicável, ela depende
de uma regulamentação, talvez através de decreto ou portaria. No caso, a lei é
clara: “Sempre que houver aumento de combustível igual ou superior a 14%, o
taxista fica autorizado a utilizar a bandeira dois até que a SMT defina o novo
valor da tarifa”.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Ver.
Isaac Ainhorn, eu estou respondendo ao aparte do Ver. Dilamar Machado, seu
companheiro de Bancada, V. Exª pode até conversar com ele num outro aparte,
para combinar a intervenção, já que o tempo é de 10 minutos e já estamos em 8.
O Ver. Dilamar Machado é o autor da lei que, talvez pelo meu
entendimento, nesse momento tenha primazia, só gostaria de dizer que a
interpretação é diversa do autor da Lei, de que essa Lei seja auto-aplicável.
Vejo que, desde que haja vontade, é possível que no próximo momento, em seguida
do aumento da tarifa, publicando-se no Diário Oficial, essas exigências ainda
existem, porque a tarifa é regulada pela Secretaria, e isso não pode ser
escondido. A população acredita na tabela da Secretaria. No caso inverso, no
dia do aumento da gasolina, ela passa a ser regulada pelo Presidente da
República, em Porto Alegre. Essa não é a competência do Presidente da
República, de definir a tarifa do transporte de táxi em Porto Alegre. Isso é um
detalhe, mas é um detalhe respeitável do ponto de vista de não iludir os
trabalhadores aqui e de não causar confusão na Cidade. Gostaria de dizer, em
relação, já que o Ver. Artur Zanella chegou ao Plenário nesse momento, que eu
tinha me inscrito também para responder uma questão dele. É que talvez o vício
de ter sido Governo no período em que foi, e todos sabemos qual, no período até
1982, 1983, me parece, levou o Ver. Artur Zanella a pensar que suas ações aqui
são as do Governo, conforme a intervenção que fez. Nós achamos que o Prefeito
pode ponderar sobre um fato e é por isso que a Bancada está ponderando de outra
forma diversa do Prefeito, hoje aqui, de que, se for fundamental e crucial para
a Cidade usar o recurso em cima de uma situação específica, o recurso do Veto
de 22 e não de 17, isso é um caso que deve ser analisado. A princípio, até esse
momento, por 10 meses, essa Câmara, com a Bancada do PT de 9 pessoas, 9
Vereadores, votou os Vetos, e às vezes votou perdendo por um ou dois votos, com
a proporção de maioria absoluta, 17. Até esse momento a experiência comprovou
que o Ver. Zanella, aqui desta tribuna, esteve errado quando disse que nós
faríamos o contrário do que fizemos até aqui. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Próximo orador inscrito para a discussão do Projeto é o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não pretendo ocupar os 10 minutos. Já inicio
dando um aparte para o Ver. Isaac Ainhorn.
O Sr. Isaac Ainhorn:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum, grato
pela deferência do aparte, apenas quero dizer o seguinte: com a
responsabilidade de profissional do Direito, advogado e de professor
universitário, que, derrubado o Veto do Sr. Prefeito, promulgada a lei pelo
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, publicada no Diário Oficial do
Estado, a lei tem a auto-aplicabilidade imediata e independe de regulamentação.
Muito obrigado.
O Sr. Artur Zanella:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para refrescar a memória
do Ver. Adroaldo. Eu não disse que a Bancada do PT tinha pedido nada; disse que
o Sr. Prefeito Municipal, o Sr. Vice-Prefeito e o Sr. Enno Dias de Castro
declararam no jornal que vão entrar na Justiça contra a Câmara se continuarem
derrubando Vetos com 17 votos. Não falei da Bancada. Acho até que a Bancada,
como V. Exª diz, está seguindo aquela antiga reivindicação do Ver. Antonio
Hohlfeldt – que já está vindo, do Ver. Caio Lustosa, que infelizmente não veio,
e do Dr. Enno Dias de Castro.
O Sr. Adroaldo Corrêa:
Agradeço ao Vereador que assoma à tribuna, a magnanimidade do seu gesto para
dizer que a intervenção de aparte do Ver. Isaac Ainhorn, concedida por V. Exª,
é a vontade do Ver. Isaac Ainhorn de que a lei pode ser interpretada
diferentemente. Ele, como jurista, deve saber que a lei tem interpretações
políticas e tem interpretações diversas. Gostaria de responder ao Ver. Artur
Zanella também, que no aparte que deu a V. Exª, que esta situação que acaba de
dizer, envolve o Partido dos Trabalhadores que tem responsabilidade com a
Prefeitura. E o que ele disse que iria acontecer não aconteceu em 10 meses, e
foi isso que nós referimos. Muito obrigado pelo aparte.
O SR. CLÓVIS BRUM: Tem
razão V. Exª. Agora inicio meu breve discurso, Sr. Presidente. Feitos os
apartes, esclarecida a Casa sobre as posições, acho que o momento é de
rejeitar-se o Veto e manter-se a aprovação do Projeto. A Casa tem que se
habituar a não começar esta história de vai e volta. O Ver. Dib é muito feliz
quando ele cobra aqui – ali de cadeirinha dele – “olhem, nós vamos aprovar essa
cidadania, mas na hora da outorga do título na Sessão Solene quero ver a
presença dos Vereadores”. É corretíssima esta posição.
E eu começo a me preocupar quando se aprovam os Projetos e, vetada
matéria, se altera essa posição. É um direito que todo o Vereador tem o de
reformular suposição, o seu ponto de vista, seu voto. Isso faz parte da própria
expressão que o Ver. Dib usou aqui, de reconhecer o seu equívoco ou reformular
o seu voto. Mas, quando se vota matéria atendendo a determinados setores da
sociedade, quando há mobilização de setores, acho muito difícil depois vota-se
contra a matéria. Porque, na verdade, o que está-se votando hoje não é
propriamente dito o Veto, é o Projeto, é outra votação do Projeto. E o
Secretário fará, como de praxe, o esclarecimento de que se vota o Projeto e, se
não me falha a memória, se vota "sim" ao Projeto. Então, não se vota
Veto nenhum; se vota o Projeto novamente. É uma reafirmação do voto ao Projeto.
Ou se reafirma a aprovação do Projeto, ou se rejeita o Projeto. Eu votei com o
Projeto e volto a votar com o Projeto; eu não tomei conhecimento do Veto,
porque acho que o Projeto do Ver. Dilamar Machado é justo. Estão aí os aumentos
diários! Então, não vamos fazer com que aqueles homens que se dedicam 24h por
dia ao seu trabalho sejam prejudicados. E não vi nenhum enriquecer até hoje com
esse trabalho. Pagam para trabalhar. E vêm a esta Casa pedir socorro, esta Casa
aprova o Projeto e, na hora de reafirmar esse Projeto, a Casa falha,
equivocada, errada ou intencionalmente na reafirmação do Projeto. Nós vamos
reafirmar a justeza do Projeto, a legalidade da matéria e a oportunidade que o
Ver. Dilamar Machado apresentou o Projeto e até vamos agradecer ao próprio
Prefeito Olívio Dutra, que teve a coragem de enviar o Veto para entendermos
como a Administração, dita popular, tem tratado as categorias populares desta
Cidade. Está chegando o momento de se esclarecer isso. O discurso é muito
fácil, principalmente quando se trata de um orador eminente como Ver. Adroaldo
Corrêa e também como o Ver. José Valdir, homens de extraordinária competência
no campo da oratória, mas, na prática, a coisa é difícil. Não, eu não sou o
maior, devo até ser o mais baixo orador da Casa e, às vezes, até ingênuo.
Quando votei o Projeto acreditava piamente que o Prefeito do PT, homem tido
como defensor das classes populares desta Cidade, não fizesse este Veto. Veja
minha ingenuidade, Ver. Flávio Koutzii! Fui para casa tranqüilo, até encontrei
uns dois motoristas e disse: pessoal, o Olívio vai sancionar porque ele
representa as classes populares desta Cidade! Que mentira, como é que fui
mentir para aqueles dois amigos que encontrei ao longo da Protásio Alves?! Prova
de que sou ingênuo, senão já tinha acreditado que a Administração do PT não é
essa administração popular apregoada, decantada e tão bem falada. Mas, cada dia
que passa, Ver. José Valdir, é um dia atrás do outro! Hoje são os taxistas, os
usuários do transporte coletivo, amanhã serão os vileiros que acreditaram na
Administração Popular, não para fazer festinha, mutirãozinho; acreditaram na
Administração Popular para fazer as obras de infra-estrutura daquelas áreas.
Mas, volto ao Projeto. Então, Ver. Flávio Koutzii, sou realmente ingênuo,
esperava que já fosse uma lei este Projeto do Ver. Dilamar. Hoje pela manhã
queria discutir outros Projetos, mas vejo que somos obrigados a discutir o
Projeto do Ver. Dilamar Machado, já aprovado há mais de trinta dias e vetado
pela Administração dita popular, mas é bem feito para mim, mas que coisa bem
feita e é bem feito para alguns motoristas que andava com o "Lula
lá"; é bem-feito e bem-feito para motoristas que eu via passar para um
churrasquinho com o Sr. Olívio, é bem-feito. Não, mas é o jogo da verdade.
Concluo, Sr. Presidente, chegou o jogo da verdade, negar o direito que essa
gente aí, tudo gente trabalhadora, que trabalha de dia para comer à noite,
negar esse direito é a prova mais eloqüente de que sou ingênuo como Vereador,
de que acreditei na promessa do Partido de V. Exª, na Administração do Partido
de V. Exª e que algum momento acreditei que a Administração, dita Administração
Popular, era realmente popular. Senhores, Sr. Presidente, concluo votando
novamente com a minha Bancada, com os companheiros Airto Ferronato, com o
companheiro Luís Machado, na justeza desse Projeto e lamentando que o PT comece
tão cedo a mostrar as suas unhas.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Próximo orador, o Ver. Edi Morelli.
O SR. EDI MORELLI:
Sr. Presidente, em respeito a essa gente toda que quer ver a aprovação desse
Projeto e tem como trabalhar para defender o pão de cada dia, desisto.
O SR. PRESIDENTE: A
palavra com o próximo orador, Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, profissionais motoristas de táxis aqui
presentes, me inscrevI mais para reafirmar o que o nosso Líder Flávio Koutzii
já colocou de forma bastante clara sobre o nosso posicionamento em relação aos
três Projetos que tramitam nesta Casa. Pretendo ser breve, apenas para rebater
algumas colocações que foram feitas aqui, hoje, nesta Casa. Sem dúvida, nós
temos uma sessão de humor e quando eu olho para o Ver. Clóvis Brum eu vejo
aquela rodinha, aquela auréola de santo, porque o Vereador se declarou ingênuo.
Essa é a maior piada desta Casa, hoje, e a outra piada desta Casa que eu
conhecia o Ibope, o Gallup, a Data/Folha. Hoje fiquei conhecendo mais um
instituto de pesquisas que é Dilamar e Morelli Associados, porque o Morelli fez
uma pesquisa - deve ser pelo rádio – vejam como é fácil fazer pesquisa na
Cidade, e depois andam criticando as pesquisas, os mesmos que criticam. Eu até
nem conhecia ...
(Aparte anti-regimental do Ver. Edi Morelli.)
Sou ouvinte do programa, ouvinte bastante crítico do programa Zambiasi
e acho-o até importante, porque um outro dia denunciaram que tinha um
engarrafamento terrível e como eu estava com o carro na Assis Brasil, passei
pela Farrapos e não tinha engarrafamento nenhum. Deve ser alguma pesquisa mal
encaminhada. Mas para colocar a nossa posição bem clara, quero dizer que muitos
Vereadores vêm aqui para falar com relação às dificuldades da categoria dos
motoristas, com relação à competência da categoria dos motoristas, com relação
ao apoio que os motoristas dão à população de Porto Alegre. Nós não negamos
isso, apenas quero reafirmar aquilo que já foi dito aqui: nós achamos que o
global da nossa política está correto. Agora, que tem problemas da forma como
está sendo encaminhada, tem problemas. Inclusive recebi reclamações no meu
gabinete, de taxistas, que reputo extremamente justas.
Então, não está se querendo dizer que na Secretaria só tem acertos, na
forma como foi encaminhado. Tem problemas? Sim, tem problemas. Agora, os
princípios gerais da nossa política estão corretos. A forma de encaminhar, como
já colocou o Ver. Flávio Koutzii, tem problemas.
É por isso, para deixar bem claro nosso posicionamento aqui, com
relação aos três Projetos, mas vamos votar contra o Veto e contra o Projeto do
Ver. Luiz Braz e a favor do outro.
Então, esse é um posicionamento muito claro para caracterizar bem a
nossa posição, aqui, hoje. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Encerrada a discussão. Em votação. Com a palavra, para encaminhar, por cinco
minutos, o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Srs. Taxistas, vou fazer, arriscadamente, uma
pesquisa e vou dar o resultado dela. Vamos votar secretamente, vai ter um voto
não, a quase totalidade dos restantes sim, e talvez algum em branco.
Mas, desta tribuna, de onde devem ser discutidos mais dez Projetos de
Lei hoje, ficamos discutindo todo este tempo o Veto, e está na cara o resultado
da pesquisa, os senhores pesquisaram tanto quanto eu, e só um Vereador falou
contrariamente. Então, não havia necessidade de todo esse debate. Eu havia dito
que era um homem no meu posto, com responsabilidade, e aí vou-me manter. Vem um
Vereador nesta tribuna e diz que eu era um legalista e que não tinha
sensibilidade. Pois eu realmente sou um legalista, porque até disse que só
deixaríamos de ser escravos no momento em que fôssemos escravos da lei. Mas que
eu não seja sensível, é brincadeira do Vereador, tem que saber o que é
sensibilidade.
Então, vamos encaminhar contrariamente. Sei que estou sozinho, e vou
ter que ser o voto único, provavelmente.
Disse aqui o eminente professor de Direito e eu vou buscar o título
dele de professor de direito, que a lei é auto-aplicável, que não precisa de
regulamentação. É verdade. Agora, é querer desconhecer e discutir o trabalho do
Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, a cada vez que um
decreto de majoração de tarifa é feito para que entre em vigor. O que tem que
fazer o Sindicato para que aquela tabela fique pronta e o que vocês têm que
fazer para entrar na fila ligeirinho e pegar a tabela e se mandar para a Zero
Hora, e, no dia seguinte, começar a cobrar.
Agora, imaginem os senhores se a lei é auto-aplicável, quem é quem
saberia a hora que começa? Nós teríamos um passageiro entrando num táxi e não
cobraram a bandeira 2 dele; aí, ele entrou no outro e cobraram a bandeira 2 e
deu-se a briga. Não há um documento para dizer quem é que autorizou. Então, sem
o decreto, a lei não funciona e nem vocês ousariam arriscar suas vidas para
cobrar a nova tarifa. E se o Prefeito não tiver boa vontade para mandar fazer o
decreto, não vai sair decreto. Mas, se o Preito tiver boa vontade, o Secretário
de Transportes, a SMT que deu razão para que o Prefeito votasse, vai fazer o
decreto? O decreto é feito na SMT. Mas se o Prefeito tivesse a mesma posição da
sua Bancada, aqui, não querendo deixar de ser extremamente legalista, já que eu
sou legalista, como disse um Vereador desta tribuna, se ele não quisesse, a
coisa seria diferente, ele tinha um outro caminho, o Prefeito não sanciona a
lei, não veta, ele apenas silencia e obriga o Presidente da Câmara a promulgar
a lei. Se o Prefeito não fizer isso, ele não vai voltar atrás da sua palavra, o
seu posicionamento, independentemente do que sua Bancada coloque aqui. Isso,
senhores, é ser sensível, isso é conhecer e, conhecendo, tem que defender a
intransigência que eu venho defendendo, quase que um dolo, aparentemente,
porque 15 oradores falaram aqui e só um disse que a lei não valia. Só um que
votou favoravelmente, disse que a lei não valia; e só um que votou
favoravelmente disse não se envergonhar de voltar atrás por reconhecer o erro;
e só um respeitou a inteligência dos senhores, não que os outros houvessem
desrespeitado, mas só um sabia que os senhores, quando parassem para pensar,
verificariam que precisava do decreto, que precisava da boa-vontade do
Prefeito, da boa-vontade do Secretário de Transportes. E se tiverem a
boa-vontade do Prefeito e do Secretário, nós não precisamos ir nem além, por
que o passado demonstrou claramente que, as vezes que eu dei essa lei, na
posição em que eu estivesse, eu não precisava nem a lei. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o meu encaminhamento é breve, é favorável ao
Projeto, mas ingenuamente eu quero dizer ao Ver. João Dib que agora eu não fui
ingênuo. Se nós lermos o jornal de ontem, nós vamos saber que todos os
Vereadores que votaram favoráveis ao Projeto do Ver. Wilton Araújo não são
notícia; mas todos os Vereadores que votaram contrários são notícia. E amanhã,
os senhores podem saber, será notícia. Quer dizer, eu já aprendi alguma coisa
nesta manhã, amanhã estoura a notícia: o único voto contrário foi do Ver. João
Dib, que foi para tribuna duas vezes, etc. Talvez saia assim: toda a Bancada do
PT foi contrária. Não pense que vai sair o seu nome, Ver. Adroaldo Corrêa, só
porque V. Exª tem um belo discurso, até porque é jornalista, agora, o Ver. João
Dib, sim, porque é o voto discordante, o voto inteligente da Casa. E é
interessante porque, dos 33 Vereadores, 32 são burros e um só inteligente, Ver.
João Dib, que é o voto da experiência. Mas de qualquer maneira, essa expressão
usada no final do seu pronunciamento, eu acho que o Ver. Dib, com essas
colocações, está conseguindo um belo espaço jornalístico, porque ele é contra
tudo e contra todos, aí aparece na imprensa. Mas eu acho, Ver. Dib, que está
furada sua pesquisa, pela que eu fiz vai dar o seguinte: deve dar nove ou dez
votos contrários e o resto vai dar cinco. Vai furar?
(Manifestações afirmativas do Plenário.)
O SR. CLÓVIS BRUM:
Então, eu acredito no voto do PT contra o Veto do Prefeito. Prova, mais uma
vez, que o Projeto do Ver. Dilamar Machado está correto. Vamos ter mais os
votos dos Vereadores do PT e ficará finalmente o voto do Ver. Dib contrário ao
Projeto. Mas acredito que resgatamos, nesta manhã, o ato de justiça. Em que
pese ter sido longa a discussão; e a discussão traz a luz. Os senhores não acreditavam
que ia acontecer esta discussão, não acreditavam que o Prefeito vetasse, pois o
Prefeito vetou e fomos obrigados a fazer esta longa e exaustiva discussão. Mas,
ao final da mesma, haveremos de consagrar o Projeto do Ver. Dilamar Machado e
derrubar o Veto do Prefeito Olívio Dutra, que comanda a Administração Popular
nesta Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. Dilamar Machado.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente quero ressaltar a dignidade
demonstrada na tribuna pela liderança e pelos demais integrantes do Partido dos
Trabalhadores.
Não é muito comum, na política brasileira, uma Bancada se opor ao seu
líder maior, que é o Sr. Prefeito, no caso. Também não dou crédito ao fato de
que o Olívio Dutra, pessoalmente, tenha vetado esta lei. Credito, sim, à
intransigência do Sr. Antonio Hohlfeldt e a sua má educação política, que eu já
destaquei desta tribuna, quando qualificou esta Câmara de ridícula e
oportunista por ter aprovado este Projeto, embora tenha sido aprovado pela
unanimidade da Casa.
Eu vou dizer ao Ver. João Dib – e também falo, neste momento, como
advogado, embora seja eu, talvez, um legalista, e a minha vida política começou
exatamente no episódio da legalidade, ao lado do Governador Brizola, nos porões
do Palácio Piratini - que existe, no elenco de leis, um processo, que não
nasceu do acaso, chamado hierarquia das leis. O que nós estamos votando, hoje,
senhores taxistas, é uma espécie de legítima defesa dos senhores, legítima
defesa dos taxistas, porque o taxista, se parar de trabalhar, se ele sofrer um
acidente, se tiver um mal súbito, ele não ganha, fica em casa, parado, sem
recursos. Não têm defesa. Mas, trabalhando, é vítima, como todos nós, de um
processo brutal de aviltamento do salário, do ganho de quem trabalha neste
País, pois o Brasil é um país muito estranho, onde se dá valor a tudo, menos ao
salário. Como é que aumentam a gasolina, os combustíveis? Eu já disse.
Normalmente, no final de uma determinada tarde, o Conselho Nacional do Petróleo
se reúne, no gabinete atapetado de Brasília, e a rede Globo anuncia, no jornal
das 20h, através da voz do Sr. Cid Moreira: “novo aumento dos combustíveis a
partir da zero hora”. Aí é aquela corrida aos postos e, no dia seguinte, está
aumentado. O dono da bomba mexe, altera os números, a Prefeitura passa a ganhar
mais, porque ganha 3% em IVVC, o dono do posto passa a ganhar mais porque ele
tem um valor fixo percentual sobre o custo do combustível e só quem sai perdendo,
imediatamente, é o taxista. Há poucos dias, nós tivemos dois aumentos
consecutivos, um de 36 ou 37%. Esta lei apenas cria um gatilho. Foi dito aqui
por um colega, não sei se o Ver. Elói ou o Ver. Cyro, que pode durar um minuto,
se a Secretaria quiser. É apenas uma defesa do motorista. Aumentado à
meia-noite o combustível, se o percentual for igual ou superior a 14% - e aqui
eu digo ao Ver. Dib por que os 14%, é porque um motorista de táxi me disse que
a bandeira 2 aumenta em 14% o valor global da tarifa - o taxista está
autorizado a usar a bandeira 2. O que o Prefeito diz no seu cálculo - e eu vou
entregar depois uma cópia ao Sindicato dos Motoristas aqui presente, para que
examine as razões do Veto e um estudo que trazem da Secretaria - é que, na
hipótese de que durante trinta dias os táxis de Porto Alegre fiquem rodando,
após o aumento dos combustíveis, com a bandeira dois. Mas não é isto que eu
quero. Eu quero que vocês rodem um dia, 2, ou uma semana, defendendo-se da
corrosão do ganho de cada um e que a Secretaria tenha a obrigação de fazer o
tal decreto atualizando a tarifa, levando em conta também os outros índices,
que acabam incidindo sobre o preço final da tarifa. Eu vou encerrar, dizendo
que fico tranqüilo por ter apresentado o Projeto de Lei que vai ser
transformado em lei pela promulgação do nobre Presidente desta Casa, Ver.
Valdir Fraga, porque, o Veto derrubado, cabe ao Presidente da Câmara promulgar
a lei, será publicada no Diário Oficial, e tenho absoluta consciência, senhores
motoristas, publicada a lei, próximo aumento de combustíveis, se for igual, ou
superior a 14%, no primeiro minuto do dia seguinte, utilizem a bandeira 2,
porque vocês estarão estritamente dentro da lei. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Não havendo mais quem queira encaminhar, passaremos à votação do PLL nº 090/89.
Convido os Vereadores Cyro Martini e João Dib para escrutinadores, uma vez que
a votação é secreta.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs.
Vereadores para votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Após
proceder à chamada.) Votaram 31 Srs. Vereadores, Sr. Presidente.
(É procedido o escrutínio.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADO
o PLL nº 090/89 por 26 votos SIM e 05 votos NÃO. Fica
rejeitado, portanto, o Veto Total a ele aposto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO - URGÊNCIA
PROC. Nº
2345/89 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/89, de autoria do Ver.Luiz Braz, que altera
alínea "d", do artigo 7º, da Lei nº 3790, de 5 de setembro de 1973.
Parecer
Conjunto:
- da CJR, CUTHAB e CEDECON. Relator-Geral
Ver. Elói Guimarães: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. Para encaminhar, o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, concordei com as demais Lideranças da Casa em não
fazemos a discussão deste Projeto, porque nós corremos o perigo de, dado o
adiantado da hora, não termos quórum posteriormente para votação. Acho que é
tão importante esta matéria que ela tem que ser votada imediatamente. Ela já
deveria ter sido resolvida anteriormente. Aliás, não deveria nem ter vindo para
esta Casa. Acredito que se houvesse sensibilidade, e ouvi muitas vezes o termo
sensibilidade aqui desta tribuna hoje; se houvesse sensibilidade nós não
precisaríamos, nem mesmo atendendo pedido da classe dos motoristas de táxi,
entrar com este Projeto de Lei para que ele pudesse ser votado. Se houvesse
sensibilidade por parte da SMT, este Projeto não teria sido feito, porque nós
não teríamos a realidade cruel que é aquela de 500 processos estarem atualmente
trancados dentro da Secretaria. E aí vêm aqui meu amigo, pessoa brilhante,
inteligente, Líder da Bancada do PT a esta tribuna, acenando com a
possibilidade de nesse período de transição a SMT ser dotada de uma nova
orientação. E nessa nova orientação, esses processos que lá estão trancados,
que são praticamente 500, seriam desobstruídos os seus caminhos e eles poderiam
prosseguir na sua marcha. Mas nós não sabemos; quando foi para lá o Secretário
Antonio Hohlfeldt, e eu não posso dizer, ninguém pode dizer que não seja uma
pessoa altamente competente - quem de nós poderia dizer que o Secretário
Municipal de Transportes, Ver. Antonio Hohlfeldt, fosse, por exemplo, tomar as
atitudes que tomou na área do transporte coletivo, prejudicando o transporte
coletivo. Porque o transporte coletivo piorou, não melhorou. Quem poderia dizer
o Secretário Municipal de Transportes, Ver. Antonio Hohlfeldt, defensor das
classes populares, poderia, na Secretaria Municipal dos Transportes, tomar uma
medida de trancar os processos dos taxistas? Quem poderia imaginar isso? Se nós
não podíamos supor que essas medidas estariam sendo tomadas dentro da SMT, como
é que podemos agora simplesmente confiar aqui que neste processo de transição
as coisas vão acontecer diferentes e os senhores terão seus direitos
respeitados? E aí disseram que eu cometi um equívoco quando fiz o
encaminhamento do Projeto, fazendo uma confusão entre venda de táxi e a
transferência de permissão. Pergunto: quando os senhores recebem essa
permissão, ela, sozinha, vale alguma coisa? Não, essa permissão sozinha não é
nada, ela se transforma em alguma coisa quando está ligada ao carro, ao táxi,
porque o carro vira táxi a partir da permissão. É o patrimônio que os senhores
têm. Sei que quando existiam as empresas de táxis nesta Cidade muitas pessoas,
sem serem taxistas, enriqueceram com as permissões, eu sei disso e os senhores
também! Agora não, agora estamos tratando com a classe trabalhadora! Vejo
muitos oradores passarem por esta tribuna e defenderem a classe trabalhadora,
mas votarem contra ela. Fazem discursos maravilhosos dizendo da necessidade de
se respeitar o direito dessa classe trabalhadora, mas os votos são contrários,
os encaminhamentos são contrários, as atitudes contrárias, as práticas são
contrárias. Por isso, atendendo a pedido que me foi feito pela categoria,
entramos com um Projeto de Lei que faz a seguinte modificação, no artigo 7º, na
alínea "b", onde dizia: "No caso de motorista profissional,
autônomo entre si, desde que devidamente cadastrado na SMT - e agora vem a
frasezinha maldita - e com permissão desta, permissão da SMT, e por efeito
hereditário, na forma da lei". Esse pedacinho maldito que tem atrapalhado
a vida de todos senhores - "com permissão desta" - estamos retirando
do texto para fazer com que o direito que os senhores têm possa ser respeitado.
Ou será que os senhores não têm direito, será que o direito dos senhores
terminou, exatamente quando o PT assumiu a Prefeitura desta Cidade? Não apenas
o direito dos senhores, como o direito dos usuários, não apenas dos táxis como,
também, do transporte coletivo da Cidade. É por isso que peço a todos os pares
desta Casa que votem favoravelmente este Projeto e que, com isso, devolvam o
direito que os senhores têm e que lhes foi roubado na SMT, depois da gestão do então
competente, pelo menos eu pensava ser competente, Ver. Antonio Hohlfeldt, que
foi Secretário, e possam fazer justiça neste momento, possibilitando que
aqueles 500 processos que estão dentro da SMT possam ganhar circulação. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Para encaminhar, o Ver. Elói Guimarães, pelo PDT.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
O Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós somos extremamente rigorosos no
parecer, exatamente para dar a dimensão do que ocorre no relacionamento
Secretaria Municipal e permissionários. Ressalvando, quando analisamos o
processo anterior, as colocações que fizemos ao Sr. Prefeito, que se mostrou
profundamente preocupado e nos colocou, e também à categoria dos taxistas, que
esse relacionamento será modificado tão logo assuma o novo Secretário dos
Transportes. Vai ao ponto, Ver. Flávio Koutzii, o terrorismo que se instalou na
SMT de dizer-se assim: "Nós vamos caçar permissão". Isso aí abala,
abala toda uma comunidade obreira como é a comunidade dos taxistas. Vai ao
ponto de ameaçar da chamada cassação de placas e permissão, porque se nós bem
examinarmos a Lei 4387, a exegese do texto, nós concluímos que é permitida a
transferência. Fica essa palavrinha que a Lei de autoria do Ver. Luiz Braz retira
"e com permissão desta". Vejam bem: este dispositivo, se a SMT
tivesse sensibilidade, a exemplo das administrações passadas, não precisaria se
legislar a respeito, está-se legislando num verdadeiro curso forçado, porque a
secretaria até agora tem criado toda ordem de embaraços à natural tramitação
das coisas. Isso é inédito na SMT. Então, rapidamente, porque nós ainda temos
outro projeto, um projeto da nossa autoria que é fundamental aos interesses da
categoria, que é fundamental aos interesses dos taxistas e que queremos votar
hoje, nós queremos encaminhar favoravelmente esta matéria que, diga-se de
passagem, está no seio da disposição da lei, se nós bem examinarmos a referida
disposição, mas pego essa referida passagem e com autorização da Secretaria, a
Secretaria tem utilizado todo o rancorismo, toda uma hostilidade contra a
categoria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, serei rápido até inclusive atendendo aos
clamores desta Casa. E, nós a Bancada do PMDB, aqui representada pelo nosso
Líder, Ver. Clóvis Brum, pelo Ver. Luiz Machado e por este Vereador,
encaminhamos favoravelmente este Projeto, até mesmo porque há aproximadamente
um mês, talvez um pouco mais, um amigo particular meu e meu vizinho,
proprietário de um táxi, me procurou dizendo que haviam sido apreendidos o seu
táxi e que ele estava nos pátios da SMT e me pedia para que intercedêssemos
junto à Secretaria Municipal dos Transportes, levando as razões que ele tentava
justificar, os motivos que levaram aquele táxi a ser apreendido. Estive na SMT
e a resposta que me foi dada foi que estaria aprendido o táxi, o carro, em
função de uma lei "x" e que não estava se aceitando defesa, nem
argumento contrário. E aquela informação me deixou extremamente preocupado e
inclusive falei desta tribuna naquele assunto. Por quê? Porque não podemos
penalizar ninguém e desta área conheço bem, não se pode penalizar ninguém sem
lhes dar amplo direito de defesa. Nenhuma fiscalização pode imputar alguma
penalidade sem deixar que aquele penalizado apresente os seus argumentos e que
depois se analisem os argumentos para verificar se a razão está com o poder
público ou com o permissionário, no caso. Em primeiro lugar, nós devemos
atender aquilo que a própria lei diz, assegurando direito a defesa num prazo
“x”. E a SMT me informou que não estavam aceitando essa defesa. E isso
preocupa. Já foi dito que o Projeto do Ver. Luiz Braz, apenas e tão-somente,
retira o termo: “e com permissão desta”. Esse termo, essa expressão até que
estaria correta, desde que não se chegasse à situação a que chegamos hoje, ou
seja, uma morosidade extrema na tomada de decisão muitas vezes urgentes por
parte do interessado. Porque como aqui já foi dito, o único patrimônio do
consultor autônomo de táxi é o seu veículo. E nós dificultamos as
transferências, atrasamos todas as decisões neste processo, prejudicando
sensivelmente o vendedor, prejudicando o adquirente e prejudicando o usuário, e
com isso prejudica também a Cidade Porto Alegre. Por isso que nós em caminhamos
favorável. Queremos também - não podemos deixar de cumprimentar - a posição da
Bancada do PT, que abriu mão em função do adiantado da hora e do interesse que
esta matéria requer. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. João Dib, que caminha pelo PDS.
O SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a Bancada do PDS, como não poderia deixar de ser,
encaminha favoravelmente o Projeto de Lei do eminente Ver. Luiz Braz. Mas na
sensibilidade dos seus integrantes, a Bancada do PDS ousa pedir à Bancada do PT
que também acompanhe e dê unanimidade à aprovação deste Projeto.
Em nenhum momento a autoridade
da SMT fica diminuída se aprovarmos este Projeto de Lei, mesmo porque é
necessário que o motorista profissional autônomo seja cadastrado na SMT para
que ele possa usufruir desta possibilidade de transferência. E acima da própria
SMT, a classe dos motoristas autônomos não tem nenhum interesse em que alguém
que não tenha condições de dignidade, de moral, de profissional esteja no meio
deles. Eles seriam os primeiros a eliminar essa gente, e a Secretaria só faz o
cadastramento se tiver condições profissionais, morais, atestado policial.
Então, é a própria classe que se auto-regula sem que se tire forças da SMT,
apenas registrará a transferência.
É por isso que na nossa
sensibilidade fazemos um apelo à Bancada do PT que volte atrás no seu
posicionamento e que também aprove o que é solicitado. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. Flávio Koutzii.
O SR. FLÁVIO KOUTZII:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do PT, que evidentemente pautou sua
intervenção nos temas de hoje, exatamente com uma preocupação de sensibilidade,
de diálogo, de recuperação da comunicação, neste ponto, infelizmente, o Ver.
João Dib não altera seu posicionamento.
Vou fazer uma manifestação breve e gostaria de ler o que será a
Declaração de Voto que acompanhará a nossa posição. Ela diz, brevemente, o
seguinte:
"Declaração de Voto
Encaminhamos contrariamente ao Projeto do Ver. Luiz Braz e , através
deste, gostaríamos de manifestar nossa opinião.
O serviço de táxi conduzido por autônomos é uma permissão de serviço
público. E a permissão é, segundo Hely Lopes Meirelles, “o ato administrativo
unilateral, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público faculta ao
particular a execução de serviços de interesse coletivo, ou o uso especial de
bens públicos, a título gratuito ou remunerado, nas condições impostas pela
Administração”. Ou seja, é uma delegação por parte do Poder Público a
particulares de prestação de serviços.
Desta forma cabe à Secretaria Municipal de Transportes fiscalizar e
acompanhar toda a prestação desses serviços, que são uma forma específica de
transporte coletivo. E, na medida em que os táxis não são, não tem o caráter de
propriedade particular de seus condutores, mas sim, são um direito de exercício
de um determinado serviço público, permitido pela Administração Municipal,
entendemos que este Projeto do Ver. Luiz Braz não só é anti-jurídico, porque
afronta a natureza jurídica da permissão, mas é inconstitucional e inorgânico,
afrontando também a Constituição Federal, e a Lei Orgânica do Município nos
seus dispositivos sobre transporte e licitações de serviços públicos.
Por último, entendemos que o Projeto fere sentido fundamental deste
serviço público, que não é, e não pode ser estabelecido como um contrato entre
as partes, privado, eis que se trata de utilização de equipamentos públicos, o
transporte nesta Cidade no nosso entendimento não é o negócio, mas um direito
da população.
Sala
das sessões, 13 de outubro de 1989."
Essa é a nossa posição e pensamos que, reconhecendo as diferenças e
entendimentos que existem, gostaríamos que fosse considerada por todos os
Vereadores que deve votar, interessados diretamente pelo resultado dessa
votação, a seriedade, o rigor e o sentido do diálogo que intervimos
permanentemente neste tema, no dia de hoje. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra o Ver. Artur Zanella, para encaminhar.
O SR. ARTUR ZANELLA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, serei rápido, mas para registrar que
finalmente a Bancada do PT assumiu os pareceres de Hely Lopes Meirelles, que
foi o Secretário da Justiça do Dr. Paulo Maluf, ou eu não me lembro se foi do
outro Governador, mas que sempre colocou uma posição conservadora nos seus
pareceres. E eu queria elogiar esse acréscimo de qualidade nos pareceres do PT.
Antigamente era o Dr. Caio Lustosa, hoje, é Hely Lopes Meirelles. Ele, com
isso, apesar de não seguir neste caso o Dr. Hely Lopes Meirelles, eu vejo com
satisfação o Dr. Flávio Koutzii em companhia de tão ilustre e tão insigne
jurista nacional. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann, que falará pelo seu partido, o PCB.
O SR. LAURO HAGEMANN:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou assistindo, como toda a assistência que
aqui se encontra hoje pela manhã, a um malabarismo mental por parte dos
Vereadores desta Câmara em demonstrar coisas às vezes até indemonstráveis. Por
isso que me fica difícil vir à tribuna colocar algumas coisas que devem ser
colocadas, como a obviedade.
Ainda ontem ou anteontem, eu vim a esta tribuna e fui o voto contrário
e isolado a um projeto de um companheiro da Casa, não porque era simplesmente
contra para ser o Joãozinho do passo certo no batalhão. Mas é preciso que em
determinados instantes da vida coletiva, alguém ponha o prumo no lugar, porque,
senão, nós saímos todos correndo atrás do quê, ninguém sabe. É preciso uma
pitada de bom senso. Eu não quero enganar os senhores, eu quero ter a cara
limpa de amanhã ou depois, em qualquer esquina dessa Cidade, apanhar um táxi
com qualquer um dos senhores e ser eu mesmo.
Este Projeto do Nobre Ver. Luiz Braz, ele tenciona corrigir um processo
que está sendo distorcido, mas que tem possibilidade de correção. Já foi, aqui,
invocada esta perspectiva. E, como membro da Administração Popular, que eu vou
ficar com a opinião da Administração Popular. A Secretaria Municipal dos
Transportes está mal conduzida? Vamos reformulá-la.
Existem possibilidades de correção. E gostaria que, por favor,
atentassem para um detalhe. Tem-se falado muito aqui na defesa do trabalho, dos
trabalhadores. Ninguém diz que os senhores não são trabalhadores, mas este caso
de transferência dos táxis de um para outro não é uma questão de trabalho, é
uma questão de comércio. Vamos fazer esta distinção.
(Manifestação das galerias.)
O SR. LAURO HAGEMANN:
Companheiro, ninguém está desrespeitando o trabalho de ninguém e ninguém mais
do que eu e do que o meu partido respeitam o trabalho. Nós queremos,
exatamente, fazer o trabalho prioritário nesta luta sangrenta que se desenvolve
na Cidade, contra o capital, que hoje é o que amassa o trabalho na Cidade e em
nosso País. Não podemos ignorar essa diferença. É só isso que eu gostaria que
entendessem. Por isso, senhores, com toda tranqüilidade e com toda transparência,
eu votarei contra o Projeto do Ver. Luiz Braz, para que, amanhã, eu possa, com
a mesma cara que hoje estou dizendo aos senhores, apanhar o primeiro táxi que
me aparecer pela frente.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. LAURO HAGEMANN:
Não tenho receio nenhum companheiro. Não é isso que vai-me amedrontar. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ:
Peço palavra, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: V.
Exª está com a palavra.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Requeiro que seja feita votação nominal ao PLL nº 130/89.
O SR. PRESIDENTE: Encerrados
os encaminhamento, passamos para o processo de votação. Solicito ao Sr.
secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Procede
à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente,17 Srs.
Vereadores votaram SIM e 10 votaram NÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLL nº 130/89.
(Votaram SIM os
Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Dilamar
Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Jaques
Machado, João Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Nelson Castan,
Vieira da Cunha e Wilton Araújo. Votaram NÃO os Vereadores Décio Schauren,
Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovanni Gregol, João Motta, José Alvarenga, José
Valdir, Lauro Hagemann, Adroaldo Corrêa e Heriberto Back.)
O SR. PRESIDENTE: A
Mesa deixará de ler a declaração de voto do vereador Flávio Koutzii em razão da
mesma já ter sido lida no pronunciamento do mesmo Vereador, na fase de
encaminhamento do Projeto.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando
seja o PLL nº 130/89 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para
sua redação final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. CYRO MARTINI:
Peço a palavra, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: V.
Exª está com a palavra.
O SR. CYRO MARTINI:
Requeiro alteração na ordem de votação dos Projetos constantes na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovaram permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADO.
(Obs.: Foram aprovados os Requerimentos, conforme consta na Ata.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2446/89 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/89, que autoriza abertura de créditos especiais no valor de NCz$
549.775,00, no Departamento Municipal de Água e Esgoto e dá outras
providências.
Parecer
Conjunto:
- da CJR, CFO e CUTHAB.
Relator-Geral Ver. Clóvis Brum: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão. (Pausa.) Em votação. Encaminha o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é um Projeto sumamente importante que dá
abertura de créditos especiais ao Departamento Municipal de Água e Esgotos. Fui
relator-geral da matéria, opinei pela aprovação da matéria. Até quero me valer
da oportunidade em que nos honra a presença dos motoristas de táxi, para
mostrarmos devidamente que o Ver. Flávio Koutzii, de quem nós divergimos em
alguns casos e convergimos em outros. Especificamente neste caso, o PMDB
reconhece a necessidade deste Projeto, e me confidenciava há pouco o Ver. Airto
Ferronato que o Projeto é altamente salutar, porque o Executivo começa a
investir em equipamentos. E isso é bom. Muito mais recursos para equipamentos
do que para custeio. Por isso, nós caminhamos favorável e esperamos que o DMAE
façam bom proveito desses quase 550.000 cruzados novos que a Casa aprova nesta
manhã. Até pode ser pouco, Ver. Adroaldo Corrêa, em relação aos outros que
virão. É pouco, mas é um bom sinal de que o PT começa a se interessar no
sentido de viabilizar a infra-estrutura do Poder Público. Tomara que os demais
Projetos da iniciativa da Administração Popular possam convergir no sentido de
melhorar a situação patrimonial e o equipamento da máquina administrativa. Por
isso, votamos favorável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Para encaminhar, pelo PDS, Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, mais do que encaminhar favoravelmente, é com muito
orgulho que nós encaminhamos favoravelmente. É que serve de cobertura para os
créditos especiais autorizados provenientes de serviços prestados pelo Centro
de Estudos e Saneamento Básico do DMAE. Não é a receita da tarifa de água e
esgoto que está servindo de recurso, e sim aquilo que tem que orgulhar a quem
já foi diretor do DMAE, por duas vezes, um órgão que tem expressão fora do
Brasil até. O Centro de Estudos de saneamento básico do DMAE talvez seja
conhecido mais fora do no Rio Grande do Sul, mais fora de Porto Alegre do que
aqui em Porto Alegre. É um órgão que tem prestado excelentes serviços ao
controle hídrico do Rio Guaíba, mas não só aí. Recentemente, quando o problema
das batatas era discutido neste Estado, eu disse ao Secretário da Saúde que se
buscasse Centro de Estudos de Saneamento Básico do DMAE, em dois dias ele teria
o resultado e até talvez em menos de dois dias, dizendo se havia ou não
contaminação por mercúrio. Mas o Centro de Estudos de Saneamento Básico do DMAE
prestou excelentes serviços ao Estado e fora, outros Municípios aqui do Rio
Grande do Sul usaram o serviço do SERPRO, a própria CORSAN ao tempo que eu era
diretor também o utilizou os serviços do Centro de Estudos de Saneamento Básico
do DMAE. E agora, com satisfação imensa, eu vejo que convênios realizados pelo
CESB, pelo DMAE, permitem que créditos especiais sejam abertos e novos
equipamentos, por certo, como disse o Ver. Clóvis Brum serão levados ao Centro
de Estudos de Saneamento Básico fazendo
com que Porto Alegre, o DMAE, se projetem mais ainda prestando excelentes
serviços à população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Não havendo mais quem queira encaminhar, em votação. Os Srs. Vereadores que
aprovam o PLE nº 42/89 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Décio Schauren,
solicitando seja o PLE nº 042/89 dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua redação final, considerando-a aprovada nesta data. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovaram, permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. CYRO MARTINI:
Peço a palavra, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: V.
Exª está com a palavra.
O SR. CYRO MARTINI:
Volto a requerer alteração na ordem da votação dos Projetos.
O SR. PRESIDENTE: Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
PROC. 1731/89 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 083/89, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que dá nova redação ao artigo 3º
da Lei nº 3790, de 5 de setembro de 1973, que estabelece normas para exploração
de serviços de táxis e dá outras providências.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Dib: pela aprovação;
- da CEDECON.
Relator Ver. Jaques Machado: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: A
Mesa recebe neste momento uma Emenda de autoria do Ver. Flávio Koutzii, que
deverá ser aposta ao PLL nº 83/89. Solicito ao Sr. Secretário que a leia.
O SR. SECRETÁRIO:
(Lê.)
" Emenda nº 01
Inclua-se o de couberam, o seguinte artigo:
"Art. ... - Deverá a SMT publicar, mensalmente, no primeiro ano de
vigência desta Lei, o estudo estatístico contendo a situação de conservação dos
veículos supra referidos, entre 10 e 15 anos de vida útil, bem como de
acidentes em que esses veículos tenham se envolvido."
Sala das sessões, 13 de outubro de 1989.
(a) Ver. Flávio
Koutzii, Líder do PT"
O SR. PRESIDENTE:
Vamos suspender os trabalhos para uma reunião das Comissões Conjuntas. Fica
designado o Ver. Clóvis Brum como relator, para apreciar a Emenda recém
recebida.
(Suspendem-se os trabalhos às 13h26min.)
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga – às 13h28min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à leitura do parecer à Emenda do
Ver. Flávio Koutzii.
O SR. SECRETÁRIO:
(Lê.)
"Parecer Conjunto nº 55/89 - CJR, CUTHAB, CEDECON.
Vem a este relator-geral, para parecer conjunto pelas Comissões acima
mencionadas o Processo nº 1731/89, PLL nº 83/89.
A Emenda do Ver. Flávio Koutzii é oportuna, tem mérito, é legal e
constitucional.
Pela aprovação.
Sala das Sessões, 13 de outubro de 1989.
(a) Ver. Clóvis Brum.
Aprovado pelas Comissões em 13 de outubro de 1989."
O SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PLL nº 083/89. (Pausa.) Em votação. Encaminha, o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, senhores taxista, eu fui o autor do Projeto de Lei
que aumentou a vida útil dos táxis para doze anos e eu lembro da discussão que
se travou na Legislatura passada. Foi por duas Legislaturas a discussão toda,
já que da primeira vez em que colocamos o Projeto em votação, quando aumentava
a vida útil para doze anos, o Projeto foi derrotado e, logo em seguida, numa
segunda fase, quando da elaboração do Projeto, nós conseguimos, naquele
Plenário antigo - os Vereadores Clóvis Brum, Elói Guimarães estavam presentes -
satisfazer algumas exigências para que o Projeto pudesse passar. Uma delas foi
a relacionada com o prazo de vistoria. Nós queríamos que o prazo de vistoria -
atendendo a pedido dos taxistas – pudesse permanecer de 90 em 90 dias até 10
anos e, depois, de 60 em 60 dias até 12 anos. Eu lembro que houve uma restrição
geral a essa nossa intenção e, aconselhados, inclusive, por alguns órgãos que
oferecem estudos técnicos para esta Casa a fim de que ela pudesse
fundamentar-se na hora de votação, nós acabamos reduzindo o prazo de vistoria
para, depois de oito anos, de 60 em 60 dias e depois de dez anos, de 30 em 30 dias.
Eu respeitei o que disseram esses órgãos técnicos que enfiaram pareceres a esta
Casa e vejo, com alguma apreensão, que o Projeto de Lei do Ver. Elói Guimarães,
que a bancada do PTB vai votar favoravelmente, mexe nos prazos de vistoria,
levando a do táxi de 10 a 13 anos para 60/60 dias e colocando, depois, de 13 a
15 anos, o prazo para 30/30 dias. Vamos votar favoravelmente, mas acredito até
estar cometendo um erro quando voto favorável sem apresentar uma Emenda para
modificar esse item que havia recebido, quando da votação passada, advertências
de órgãos especializados que fizeram estudos sobre a matéria. Os senhores que
são motoristas antigos no sindicato e que estiveram presentes na votação
passada sabem que esta Casa teve uma dificuldade muito grande para aumentar a
vida útil dos táxis para doze anos. Há muito tempo acompanho a vida dos
senhores, tenho feito trabalhos com referência à categoria dos taxistas, mas
tenho preocupação tanto com seu trabalho, com a sua vida, como também com a
segurança do veículo que estão dirigindo. Dizia, naquela oportunidade, e vou
usar a mesma argumentação aqui, que esse aumento de vida útil é um prêmio que o
motorista que cuida bem de seu veículo recebe. Creio que nem todos os veículos
podem continuar trafegando até 15 anos de uso, porque existem carros que quando
se avizinham os dez anos de uso não agüentam mais ficar na praça. No entanto,
existem vários táxis que depois de doze anos de vida útil ainda tem condições
de permanecer na praça. É um prêmio para esse tipo de motorista, para esses
profissionais, não é uma lei feita para todos os motoristas de táxis, mas só
para aqueles que têm competência, que tem condições de cuidar bem de seus
veículos. Quero dizer mais uma vez que vou votar preocupado com a mudança que
se estabelece no prazo de vistoria. Acho de que deveríamos tratar esse assunto
de outra maneira, mas, mesmo assim, bancada do PTB votará favoravelmente. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Encaminha o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada do PDS, por questão de segurança, por
questão de respeito a todos e à própria Cidade, vai encaminhar contrariamente
ao pedido de aprovação deste Projeto de Lei de autoria do Ver. Elói Guimarães.
É claro que aqueles que têm a responsabilidade de dirigir no trânsito
dessa Cidade sabem que os automóveis que temos fabricados no Brasil a cada dia
têm menos qualidade, a cada dia as nossas peças duram menos e quem conhece o
serviço de táxi sabe que a lei determina que o táxi rode de 80.000 km por ano e
um táxi em 15 anos rodaria 1.200.000 quilômetros; 1.200.000 quilômetros
vistoriados a cada trinta dias, esses táxis estariam oferecendo segurança ao
motorista, ao usuário, ou seria aquele relatório que a Bancada do PT trouxe
aqui, mostrando deficiência generalizada nos carros mais antigos. Discordo do
Ver. Luiz Braz, quando diz que seria premiar aqueles que cuidam dos seus
veículos, é um prêmio para aqueles que não cuidam dos seus veículos. Veja-se
que aqueles que cuidaram dos seus veículos, com a isenção do ICM e IPI,
renovaram a frota, passaram a ter mais segurança, passaram a ter mais clientes
e o transporte continua sendo efetuado.
Então, eu entendo, e a minha Bancada também entende assim, que a
segurança do próprio motorista está acima daquele mito que se pretende
estabelecer. Eu sei que, talvez, alguns dos aqui presentes tenham um carro
acima de 12 anos ou próximo deste limite, mas eu acho que o prêmio deve ser
dado para quem trabalha da melhor maneira possível e o prêmio, ao natural, a
pessoa estipula para si mesma, porque depois de 80.000 km no primeiro ano, e a
lei diz que ele deve trafegar 200km/dia, se fosse de empresa a lei diria que
eram 360km diariamente, 200km/dia são 70.000km, 80.000km por ano. Depois de
30.000 km, qual é o carro de passageiros que resiste? Batem a porta de forma
indevida, apesar do cuidado que o motorista tem de colocar um alerta: "Não
bata a porta, deixa que eu fecho." Mas nós sabemos que não é assim. Malas,
pacotes são jogados e o motorista não tem tempo, quando vê já está atirado. Há
excesso de cargas, eventualmente, mas 80.000 km ele resistiu; 160, 240 e aí a
coisa começou a complicar. Está na hora, é do próprio interesse do motorista
que ele renove o seu veículo. Se nós temos leis que isentam de ICM e de IPI,
devemos até continuar lutando para que elas se mantenham aí. E que o motorista
possa então ter condições de renovar o seu veículo que passará a ser para ele
uma maneira melhor de cuidar do seu patrimônio e ter uma renda e não buscar renda
e levar para a oficina. Depois de 300, 400 mil km, qual é o carro brasileiro,
por melhor que seja o motorista que vai resistir às nossas ruas esburacadas,
nossos pavimentos embarrados, às vezes? Então, eu acho que não estamos dando
prêmio para ninguém e nós estamos pondo em risco a segurança da população e do
motorista. E acho que deve-se lutar para que se mantenha a lei que permite a
aquisição do veículo com isenção de IPI e ICM. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum, que encaminha pelo PMDB.
O SR. CLÓVIS BRUM:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós vamos encaminhar favoravelmente, até
porque, nós sabemos que contra a vida útil dos veículos que fazem o transporte
coletivo ou seletivo, estão em primeiro lugar as empresas fabricantes desse
tipo de carro. Sabemos que a Volkswagen do Brasil estaria interessada, no caso
do Fusca não, as outras empresas que têm o monopólio da comercialização dos
veículos estariam interessadas que a cada dez anos os motoristas fossem
obrigados a deixar de comer para comprar um carro novo. Esse é o primeiro
grande jogo nacional que está nesse debate que, infelizmente, não aparece, mas
é a realidade. Sabemos que as empresas que fornecem os chassis e carrocerias de
ônibus estão torcendo para que se diminua a vida útil dos ônibus, dos
táxis-lotação e dos táxis para poderem levar avante os seus interesses
comerciais. Agora é necessário que as empresas entendam, perfeitamente, que
quem explora, principalmente o táxi, é gente pobre e que cuida do seu carro. Se
nós pegarmos um carro do serviço público que pouco circula, às vezes circula
até mais nos feriados, e cito um exemplo, vim agora segunda-feira da Lomba do
Pinheiro, segunda-feira que era feriado e vinha um carro da Prefeitura, chapa
branca, em uso, devia andar a serviço, rigorosamente, até não coloco em dúvida,
mas circulam mais nos feriados do que nos dias úteis. Se nós pegarmos um carro
do Poder Público e um táxi, que circula bastante, vamos ver a supremacia do
táxi sobre o carro do Poder Público, porque o motorista de táxi cuida o seu
carro, é dali que ele come, é dali que ele sustenta sua família. Claro que não
vamos aumentar a vida útil assim, os táxis tem 15 anos e podem andar à vontade,
e aí discordo do Ver. Luiz Braz, acho que temos que ter algumas medidas de
segurança para a população, vamos viabilizar uma vida útil mais longa para os
táxis e a iniciativa do Ver. Elói Guimarães é muito feliz, quando altera de 13
para 15 anos, e quando mexe, sim, nos períodos de vistorias. Evidentemente que
é correto, tenho certeza que nenhum taxista gostaria de ser criminalmente
indiciado por um acidente porque o carro dele não apresentava condições. Acho
que no mínimo o taxista tem que ter no seu porta-luva, não sei em qual local
adequado, aquele documento que prova que o carro está bem, que prova que o
carro foi vistoriado pelo órgão competente da Prefeitura de Porto Alegre. Isso
é uma medida de segurança para o taxista, equivoca-se o Ver. Luiz Braz de que
isso é uma punição. Não senhor, quando se dá a oportunidade do taxista usar
mais dois, mais três anos o seu veículo e fica o taxista desimpedido, liberado
de ter de comprar um carro novo, esse taxista tem mais dois ou três anos para
trabalhar, e, agora, aquele atestado de vistoria é importante e a Emenda do
Ver. Flávio Koutzii, do PT, que pela sua Emenda apresentada não ouvi ainda o PT
falar sobre o assunto, e pela emenda apresentada dá a entender que o PT deva
acompanhar o Projeto, tanto que o PT faz uma emenda pedindo um amplo levantamento
técnico dos veículos em circulação e isso é muito bom.
Acho que o Projeto é bom, que a
vida útil dos táxis não deveria se limitar em 5, 10 ou 15 anos, ou 20 anos.
Acho que a vida útil dos carros deveria ser limitada ao seu estado de
conservação. Se o táxi tem condições de trabalhar, vamos trabalhar, porque
ninguém vai-me dizer que este País tem condições econômicas de pegar um carro
com 15 anos e botar na sucata. O nosso País não pode-se dar a este luxo. Isso
não vai acontecer e não acontecerá no Brasil. Temos que ser realistas e colocar
os pés no chão.
Acho que a idéia do Ver. Elói Guimarães é oportuna, é correta. As
medidas de segurança impostas pela Administração Pública para as vistorias se
fazem necessárias, se fazem necessárias muito mais pela tranqüilidade que os
taxistas que tiverem carro com mais de 13 anos terão, e terão aquele documentos
tirado da vistoria da SMT e terão toda a tranqüilidade de continuar
trabalhando, sustentando a sua família e se livrando dessa troca de automóvel
que inferniza e às vezes faz com que muitos taxistas, já no final da sua vida,
abandonem a profissão por falta de recursos para trocar o seu veículo. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Próximo orador inscrito, para encaminhar, é o Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, serei breve. Acho que a questão da segurança
está na mão e no pé do taxista, e o coração, na consciência do condutor. Aí é
que reside a segurança. Pelas ruas da Cidade circulam veículos de 1940, de
1930, de 1950.
Evidentemente que o taxista quando pode troca seu carro por um carro
mais novo. Agora, é bom que nós coloquemos os pés no chão e examinemos os táxis
no mundo, nos países desenvolvidos, a idade dos táxis, não vamos citar a
América Latina, mas poderíamos citar países onde os táxis tem 15, 20 anos. E o
que se faz aqui em matéria de vistoria? Eu quero dizer que esse Projeto não é
meu, é dos taxistas, é do Sindicato dos Taxistas. Eu vou trazer apenas um
exemplo, que estava num terminal de táxi e um companheiro dizia ao outro: o teu
carro é antigo e esse taxista respondia ao seu companheiro: absolutamente não,
a idade do meu carro é de 1979 é no papel, porque o motor é novo, o pára-choque
é novo, pára-lama é novo, os bancos são novos. Há hoje uma tecnologia que
recompõe todas as diferentes peças do veículo, desde motor até a carcaça. Então
a maioria dos carros são carros transplantados.
Então fica aqui a nossa manifestação na hora difícil, não agrada à
indústria automobilística o Projeto, porque efetivamente faz durar mais o carro
na questão excepcional. Vejam que contempla os carros do aeroporto, os carros
especiais, que estabelece um prazo de dez anos. Vejam V. Exªs que
esse Projeto visa única e exclusivamente adaptar a realidade sócio-econômica em
que nós vivemos, porque a maioria dos taxistas não tem condições de comprar um
táxi, e se vêem na contingência de ter que abandonar a sua própria permissão.
Fica aqui o nosso apelo, a nossa manifestação para dizer que este
Projeto se adapta à Legislação Nacional e assim se pratica em São Paulo, no Rio
e em Brasília. E nada mais fez este Vereador do que subscrever esse Projeto,
que é um Projeto da categoria, o Projeto dos taxistas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. Flávio Koutzii.
O SR. FLÁVIO KOUTZII:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós já havíamos definido nossa posição, na
primeira intervenção, e a mantemos, no que concerne ao espírito fundamental do
Projeto, que passa de 12 para 15 anos. E neste sentido foi que nós nos
preocupamos inclusive em acentuar as questões que moralmente estão embutidas
neste debate e que, com toda franqueza, sem ter a experiência e o conhecimento,
por exemplo, até uma espécie de recordação que trouxe o Ver. Luiz Braz, quando
interveio, de que características, posições e conteúdo teve esse debate nesta
Casa na Legislatura passada. Eu não tenho nenhum, embora ache que o dever de
qualquer Vereador em primeira Legislatura é tratar de compreender, o mais
rápido possível, apenas os problemas da Cidade, seus debates, o que está atrás
da forma seca e, muitas vezes, não muito clara dos papéis, artigos e das leis,
eu confesso que não havia, e aí há uma relação com a qual certamente os
senhores terão em conta que falo no início da minha intervenção que, à luz os
contatos feitos ontem com a Administração e os representantes dos taxistas, nós
tivemos aquela preocupação de abordar globalmente os três Projetos e de
estabelecer uma política de abertura, de entendimento, de despolarização,
mantendo aquilo que nos parece imprescindível. Foi o nosso voto e a nossa
posição em relação ao Projeto do Ver. Luiz Braz, anteriormente decidido, e
flexibilizar o que for possível. Então, pelos 15 anos.
O que nos passou despercebido, por falta de conhecimento deste Vereador
foi quem orientou neste caso a Bancada do PT - e assumo plenamente a
responsabilidade - é que não tive presente que a lei atual sobre a questão é de
que carro entre dez e doze anos tem vistoria de trinta em trinta dias. Não
percebendo, portanto, até achando contrário desatentamente, que o item 3 e o
item 4 que dizem, dos 10 aos 13 anos, 60 dias para vistoria; e de 13 a 15 anos,
trinta dias, seria até o encurtamento deste prazo. Uma desinformação nossa e
isso nos levou, e os senhores assistiram, alertados por Vereadores mais
experientes e por posições, chamados à atenção por outros Vereadores de
Bancada, a ver o que se poderia fazer. O processo parlamentar é um assunto meio
complicado, que tem as suas técnicas e os seus momentos. Por exemplo, se eu
quiser fazer uma Emenda, agora, não posso mais, estamos em regime final, é a
última etapa antes do momento de votar. Chama-se encaminhamento, já não é mais
discussão. Então, o que nós vamos propor é o seguinte: já fizemos o
encaminhamento que o Regimento permite, o destaque. Nós destacamos o artigo 3º,
parágrafo 2º, o inciso III, que diz exatamente: dos 15 aos 13 anos, 60 dias,
para votar provisoriamente, e isso é o que vai acontecer, contra isso. Esse é o
nosso encaminhamento. Votamos todo o Projeto, mas, no momento do destaque, quer
dizer, vai-se votar separado o item 3, nós votaremos contra isso. Na verdade, e
parece que esta é uma posição defendida pelos representantes da categoria,
preferem que sejam 60 dias. Nesta questão, nós não temos esta posição, ou, pelo
menos, queremos discutir mais. O que vai acontecer? Se o nosso destaque vencer,
ficará uma lacuna, porque a lei vai ficar assim: de zero a cinco anos, 180
dias; de 5 aos 10 anos, 90 dias; dos 13 a 15 anos, trinta dias. Então, dentro disso
há um problema legal. Nós estávamos analisando, se segue vigorando a lei
anterior, que é a hipótese de se manter a situação como está e igual fica um
ano solto, que é o ano 13. E eu acho que nós temos rapidamente que fazer uma
discussão e fazer um pequeno Projeto complementar, mais adiante, rapidamente,
para atender a essa questão. Então, posição final da nossa Bancada e
encaminhamento que fazemos: votação “sim” ao conjunto do Projeto, votação “não”
ao destaque que fizemos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Sobre a mesa Requerimento do Ver. Flávio Koutzii, solicitando destaque para o
item 3º, parágrafo 2º, do artigo 3º do PLL nº 083/89. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ADROALDO CORRÊA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de saber se a esta
etapa do desenvolvimento dos trabalhos pode ser apresentado, dada a análise que
fizemos, se for aprovada a votação em separado, o seguinte Requerimento, com
base no artigo 154, parágrafo 3º, letra f: destaque de emenda ou de parte da
proposição para constituir Projeto em separado. Argumento: na votação,
avaliando que ela venha a ser aprovada com o destaque feito pelo meu Líder, eu
creio que a legislação fica revogada no aspecto e fica mantido um espaço vazio
sem tempo de vistoria para os veículos de dez a treze anos. Ficariam sem tempo
de vistoria. Pedindo esse tipo de destaque, nós entendemos que poderíamos
apresentar Projeto no sentido de suprir a falta, se vier a ser aprovado o
destaque feito anteriormente.
O SR. PRESIDENTE:
Exatamente o que o Ver. Flávio Koutzii já colocou de que, possivelmente, no
entendimento, se encaminhe um Projeto a ser votado rapidamente.
O SR. ADROALDO CORRÊA:
Mas da forma como seria votado, pelo destaque anterior, se não me engano, seria
votado contra e a favor do item específico que, se aprovado...
O SR. PRESIDENTE:
Neste momento, sim, porque não existe Projeto. O Projeto vem depois.
O SR. ADROALDO CORRÊA:
Mas o destaque anterior assegura apresentação de Projeto?
O SR. PRESIDENTE:
Não. Nós entramos em período de votação. Votos de destaque, sim ou não,
rejeitado ou aprovado, se ele for rejeitado, ou aprovado, se houver interesse
em colocar um outro Projeto de imediato, quem tem interesse encaminha a
urgência.
O SR. ADROALDO CORRÊA:
Mas não é esta a questão. É que a lei fica com um vazio, Vereador.
O SR. PRESIDENTE:
Tudo bem, mas é que há a necessidade de um Projeto.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Se me for permitido, eu creio que não fica vazio na lei. Fica mantida
a disposição anterior. Talvez fique um vazio entre o doze e os treze, mas a
Secretaria de Transportes, vendo esta lei pode, tranqüilamente...
O SR. PRESIDENTE:
Mas pode, também, logo em seguida, amanhã ou hoje registrar um Projeto e se
encaminha urgentemente e se vota para resolver este problema. Foi a explicação
que o Ver. Flávio Koutzii nos deu.
Em votação o PLL nº 083/89. O Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Agora vota-se o destaque. Solicito ao Sr. Secretário que proceda à
leitura do destaque solicitado pelo Ver. Flávio Koutzii.
O SR. SECRETÁRIO:
(Lê o item 3º, parágrafo 2º, do artigo 3º do PLL nº 083/89.)
O SR. PRESIDENTE: Em
votação. (Pausa.) Encaminha o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não poderia deixar de encaminhar esta
matéria, até porque vi com bons olhos a Emenda proposta pelo Ver. Flávio
Koutzii, que estabelecia um levantamento, e estabeleceu, foi aprovado, em que
fui relator favorável. E estabeleceu um levantamento geral da situação atual da
frota em circulação. Agora, elevar-se a vida útil do táxi, realizado um
levantamento geral que implica desde o número de acidentes, nós temos duas
opções: ou votamos com a retirada dessa parte do Projeto do Ver. Isaac e contra
a Emenda do Ver. Flávio Koutzii também, ou votamos favorável à Emenda do Ver.
Flávio Koutzii, que estabelece que levantamento geral, que acho
importantíssimo, e contra o destaque que quer Ver. Flávio Koutzii, porque se elevar-se
a vida útil dos carros, se realizar-se um levantamento amplo, tecnicamente
competente, se tem a visão ampla da situação da frota em circulação, depois se
incute cinco anos de vistorias mensais, no mínimo é um pesadelo infernal. Daí a
pouco mais os taxista vão ficar só em volta de vistorias. E nós sabemos que um
carro não apodrece em trinta dias, que o desgaste não acontece em trinta dias,
todos nós sabemos disso. Feito o levantamento, segundo a proposta do Ver.
Flávio Koutzii, um levantamento geral na frota em circulação, depois se passará
para as vistorias, de 60 dias, a partir do décimo ano, e de trinta dias a
partir do décimo terceiro ano. Eu acho normais todas as medidas de segurança
possíveis. Não venham me dizer que tecnicamente realizar uma vistoria de trinta
em trinta dias é mais eficiente do que realizar uma vistoria de 60 em 60 dias.
Se ela for uma boa vistoria, tem o mesmo valor que uma de trinta em trinta
dias. Uma direção não se gasta em trinta dias, o disco de embreagem não se
gasta em trinta dias, os freios, a balaca não se gastam em trinta dias, todos
sabem disso. Sr. Presidente, eu acho que, rigorosamente, nós aprovamos, com a
proposta do Ver. Flávio Koutzii, no sentido do levantamento amplo e ficamos com
a proposta original do Ver. Elói Guimarães. Este é o encaminhamento, votando
contrário ao destaque. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Encerrado o tempo da Sessão. Temos que votar a prorrogação dos trabalhos. Em
votação a prorrogação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Continua a Sessão e o encaminhamento do destaque. O Ver. João Dib está
com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Eu até não
estou falando agora como Vereador, mas como engenheiro. Eu não posso assistir
tranqüilamente, no Plenário, ao pronunciamento que o Ver. Clóvis Brum acaba de
fazer aqui, sob pena e risco de ser um irresponsável profissionalmente. Claro
que em trinta dias não se deteriora uma ponta de eixo, uma caixa de câmbio, um
diferencial. Tudo isso dura 333 dias e mais outras trinta vezes 333 dias
também. Mas aquele carro que está sendo vistoriado de trinta em trinta dias,
ele não é examinado, não se vê a fadiga dos materiais, não se vê peça por peça.
Exatamente se encurta o período de vistoria, porque pode acontecer, então são
mais de trinta dias. Quinze anos tem 180 meses, quer dizer, mais trinta dias,
não serão os trinta primeiros dias que vão dar problemas nas peças. São aqueles
depois de 120 meses de tempo que começam a dar problemas. Então acho que o
motorista sabe o que está acontecendo hoje; até certo ponto a população tem que
ser preservada, por isso é mais como engenheiro que eu queria falar, mais
engenheiro do que Vereador, eu não posso admitir que o Vereador venha a esta
tribuna dizer que trinta dias não vão fazer diferença pura e simplesmente. Não,
30 dias não faz diferença nos primeiros 30, nos primeiros 300, mas depois de um
determinado momento começa e cada um de nós tem carro e sabe disto. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Com a palavra o Ver. Luiz Braz, que encaminha pela sua Bancada: PTB.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Eu talvez daqui deste Plenário, em sete anos de
vereança, eu não tenha votado nenhuma matéria que contrariasse os interesses
dos taxistas. Já votamos aqui várias e várias matérias.
Agora, no que concerne à segurança do táxi, à segurança do cidadão, à
segurança do usuário, nós não podemos transigir. Eu acredito que de todos os
Vereadores aqui presentes, eu talvez seja um dos únicos Vereadores que tenha um
carro velho, eu cuido bem do meu carro e talvez não utilize o meu carro tanto
quanto os Vereadores utilizam, porque afinal de contas o carro é um instrumento
de trabalho dos senhores, e é claro que eu sei a insegurança que me causa todos
os dias o meu carro velho, mas isso é normal, um carro com dez anos não pode
receber o mesmo tratamento de um carro que tem cinco anos, eu sei que é um
inferno para todos os senhores a vistoria de trinta em trinta dias, eu sei que
é cruel, que é terrível a vistoria de trinta em trinta dias, eu sei que os
senhores inclusive falam muito quanto à qualidade da vistoria que era feita na
SMT, é contestada pelos senhores, sei disso também. Mas eu dizia de início,
quando estava encaminhando esta matéria, que eu votaria favorável aos 15 anos,
mas eu votaria preocupado. E é por isso que quando o Ver. Flávio Koutzii pediu
aqui esse destaque naquele item terceiro, dizendo que dos 12 aos 13 anos será
apresentado um outro Projeto de Lei, que irá regular essa matéria,
principalmente de 12 a 13 anos porque de 10 a 12 já está regulado no Projeto de
Lei que é de trinta em trinta dias. Eu não posso deixar de votar favorável ao
destaque que foi pedido pelo Vereador, e acompanhado aqui, fazendo aceno para o
meu companheiro de Bancada, Edi Morelli, não posso deixar de votar favorável ao
Destaque, porque nós estamos votando alguma coisa que eu sei que traz vantagens
para os senhores, que é o aumento de vida útil para 15 anos, mas não podemos fechar
os olhos porque os técnicos, não são os técnicos da Secretaria Municipal dos
Transportes, são outros técnicos desta área que já advertiram esta Casa, da
última vez que nós votamos este Projeto, aumentando a vida útil para 12 anos. E
eu tenho certeza de que os senhores têm conhecimento desses dados, é por isso
que digo a todos os senhores, talvez pela primeira vez em toda minha vida eu
vou votar contra um interesse que traz a esta Casa o Sindicato dos Taxistas.
Vou votar contra o interesse dos senhores neste item, no que concerne ao
aumento do prazo da vistoria, a não ser aquele prazo de vistoria dos 8 aos 10
anos, que é um prazo que está dilatado, é um prazo que eu concordo, defendia
também de 60 em 60 dias, de 90 em 90 dias. Já foi defendido aqui nesta Casa.
Depois dos 10 anos, aumentar este prazo de vistoria de 10 a 13 anos para 60 em
60 dias, acredito que seja perigoso, tanto para o usuário como também para os
senhores. Acho que é recomendável para todos que esse prazo de vistoria se
mantenha de 30 em 30 dias, apesar de se transformar num martírio para os
senhores, de ser uma situação incômoda para todos, mas é uma condição
necessária para aquele que tem o carro com mais de 10 anos de vida útil. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Vamos para a votação do item 3º, parágrafo 2º, do artigo 3º do PLL nº 83/89.
O SR. CLÓVIS BRUM:
Sr. Presidente, requeiro votação nominal do destaque.
O SR. PRESIDENTE: Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam a votação nominal permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs.
Vereadores para a votação.
O SR. SECRETÁRIO: (Procede
à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 15 votos SIM
e 07 votos NÃO.
O SR. PRESIDENTE: REJEITADO
o item 3º, parágrafo 2º, do artigo 3º do PLL nº 083/89.
(Votaram SIM os
Vereadores Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Flávio Koutzii, Gert
Schinke, Giovani Gregol, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir,
Lauro Hagemann, Luiz Braz, Vieira da Cunha, Adroaldo Corrêa e Heriberto Back.
Votaram NÃO os Vereadores Clóvis Brum, Cyro Martini, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Isaac Ainhorn, Letícia Arruda e Luiz Machado.)
O SR. PRESIDENTE:
Vamos votar a Emenda aposta ao PLL nº 003/89. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Elói Guimarães,
solicitando seja o PLL nº 083/89 dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua redação final, considerando-a aprovada nesta data. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº
1149/89 - PROJETO DO LEGISLATIVO Nº 034/89, de autoria do Ver. Ervino Besson, que dá nova redação aos artigos 1º e
2º da Lei Municipal nº 5624, de 18 de setembro de 1985.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Omar Ferri:
pela rejeição;
- da CUTHAB.
Relator Ver. João Dib: pela rejeição;
- da CEDECON.
Relator Ver. Edi Morelli: pela aprovação;
- da COSMAM.
Relator Ver. Mano José: pela aprovação.
O SR. CLÓVIS BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de “quorum”.
O SR. PRESIDENTE:
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à verificação de “quorum”.
O SR. SECRETÁRIO:
(Procede à verificação de “quorum”.) Não há “quorum”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE:
Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 14h20min.)
* * * * *